Novo Peugeot 2008 quer ser mais SUV

AutoIndústria

 

A rede de concessionárias Peugeot já oferece a linha 2020 do 2008. As principais novidades do SUV são o novo motor THP 1.6 de 173 cv, que chega no segundo semestre, o fim da oferta de câmbio manual nas quatro versões disponíveis e o redesenho da dianteira.

 

As mudanças estéticas não representam uma revolução, longe disso.  A ideia do departamento de design da PSA na América Latina foi apenas reforçar o caráter de utilitário esportivo e fazer do carro fabricado em Porto Real (RJ), um, digamos, “mini 3008”, modelo importado da Europa e referência de estilo. Conseguiu, em parte, com uma dianteira mais alta, faróis e para-choques modificados.

 

No entender de Ana Theresa Borsari, presidente da empresa na região, essa alterações e o ótimo nível de equipamentos de segurança e de conforto característico da marca serão suficientes para alavancar as vendas do SUV em cerca de um terço, a mesma variação que espera para a Peugeot, que negociou 23,6 mil veículos no Brasil em 2018.

 

2008 linha 2020

 

Na média, mensalmente são emplacadas até 800 unidades do utilitário esportivo. Se concretizada a projeção de crescimento da montadora, o 2008 atingirá um novo patamar de vendas, superando a barreira de 12 mil unidades anuais, número que nunca atingiu aqui.

 

O 2008 estreou no Brasil em 2015 e desde então tem respondido por mais de 30% das vendas da marca. Porém, os números absolutos definitivamente não o colocam entre as primeiras opções de um segmento que tem congregada a maioria e os mais importantes lançamentos da concorrência. Em quatro anos, foram negociadas somente 37 mil unidades do 2008, dessas 9,7 mil no ano passado.

 

O começo foi realmente claudicante. Até porque chegou às revendas exatamente com o agravamento da crise econômica brasileira e do mercado interno de veículos. Mais ainda: a PSA resolvera enxugar sua operação no Brasil para estancar prejuízos, cortara também ações demarketing e passou a reestruturar sua rede de revendas. E o próprio 2008 tinha limitações: não dispunha de caixa de transmissão automática na versão com motor turbo.

 

Agora quem poderá reclamar serão os consumidores que preferem câmbio manual. No entanto, Antoine Breton, diretor de marketing,  diz que  a decisão de  oferecer somente o câmbio automático atende a própria demanda identificada   pela montadora. “As duas versões que dispunham de câmbio manual representavam somente uns 13% das vendas”, justifica.

 

O 2008 mais barato agora é o Allure 1.6 aspirado, que custa a partir de R$ 69.990,00 e atenderá também o público PCD. São oferecidos ainda o Allure 1.6 Pack por R$ 79.990,00, o Griffe 1.6 por R$ 89.990,00 e o topo de gama Griffe THP por R$ 99.990,00. Uma série especial de 50 unidades batizada de THP In Concert by JBL, que conta com sistema de som  exclusivo, está sendo oferecida a partir de hoje somente pela internet pelos mesmos R$ 99 990,0o da futura versão topo.

 

Para ajudar no crescimento das vendas também está a disposição da Peugeot de mudar sua imagem de marca e de sua rede. Há duas semanas Ana Theresa Borsari é a garota-propaganda de ousada campanha que busca convencer o consumidor brasileiro de que os produtos, serviços e o pós-venda Peugeot mudaram.

 

No filme publicitário a presidente da marca afirma que o consumidor que não estiver satisfeito com algum serviço, não precisa pagar por eles. A empresa também agora assegura a recompra do seminovo pagando até 85% do valor da tabela Fipe, garante guincho 24 horas gratuito por 8 anos e carro reserva para serviços que ultrapassarem 4 dias, dentre outras vantagens. “O impacto tem sido grande. O fluxo nas lojas cresceu 40% desde então “, afirma a executiva.

 

O pacote de melhorias dos serviços exigiu uma total reestruturação da rede nos últimos três anos. Das 100 casas atuais, perto de 70 são novas. E a Peugeot vai ampliar esse número. A ideia, revela Ana Teresa, é dobrar até 2022. Só em 2019, serão mais umas 30 lojas. (AutoIndústria/George Guimarães)