Caminho da Escola se torna um dos principais destinos dos ônibus Volkswagen para o mercado interno com 3,4 mil vendas

Diário do Transporte

 

Os números do mercado de ônibus no Brasil, depois de anos acumulando perdas devido à crise econômica, estão superlativos. Segundo os dados mais recentes da Fenabrave, federação que representa as concessionárias de veículos no País, entre janeiro e março deste ano, foram emplacados 6.195 ônibus, o que representa alta de 49,74% em relação à semelhante período de 2018.

 

Além de representar uma recuperação e, portanto, um crescimento sobre uma base que estava bastante retraída, os números positivos expressivos também são explicados pelos resultados do “ressurgimento” do Programa Caminho da Escola, pelo qual, por meio do FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, o Governo Federal financia os veículos, que são padronizados para cada tipo de demanda e condição de tráfego, para estados e municípios.

 

Uma das fabricantes que mais tem registrado os resultados positivos do Caminho da Escola é a Volkswagen Caminhões & Ônibus.

 

A montadora ganhou na licitação de 20 de abril do ano passado o direito de vender 3,4 mil unidades do total de cerca de seis mil ônibus previstos no certame.

 

Foram encomendas de mais de 1.500 prefeituras e estados em todo o país.

 

A Volkswagen respondeu por três lotes de modelos de ônibus escolares.

 

Em entrevista na manhã da última sexta-feira, 26 de abril de 2019, o gerente executivo de vendas da marca, Jorge Carrer, explicou que já foram recebidas encomendas para todos os 3,4 mil veículos da licitação.

 

“De fato, a gente conseguiu cumprir toda a nossa cota e a gente recebeu os três mil e quatrocentos pedidos que a gente tinha direito. Recebemos três mil e quatrocentas adesões ao programa, sendo 200 unidades do  ONUREA – Ônibus Urbano Escolar Acessível Piso Alto, 1600 unidades do ORE1 Ônibus Rural Escolar  (com chassi para oito toneladas e para 29 alunos) e mais 1600 unidades do ORE3 Ônibus Rural Escolar (com chassi para 15 toneladas e 59 alunos).” – explicou.

 

Entresestas categorias, os modelos são: 8.160 OD (motor dianteiro) para o ONUREA, 9.160 ODR (motor dianteiro rural) para ORE1 e 15.190 ODR (motor dianteiro rural).

 

Os ônibus são desenvolvidos por técnicos do Governo Federal, especialistas independentes e das montadoras. Para enfrentar as áreas de tráfego severo e assegurar acesso à educação para estudantes que moram em locais com menor infraestrutura urbana,  os ônibus contam com algumas características próprias, como “suspensões elevadas e reforçadas, pneus de uso misto, eixo dianteiro com viga forjada, balanço dianteiro mais curto, bloqueio no diferencial traseiro, ângulos de ataque e saída maiores, poltronas estofadas e de fácil limpeza, mecanismos antiesmagamento e ainda dispositivos de poltronas móveis (DPM) que garantem a acessibilidade para os alunos com mobilidade reduzida.”  – segundo nota da Volkswagen.

 

Carrer destaca que um dos atrativos dos modelos é o pós-venda que os gestores públicos podem contar para a manutenção dos ônibus escolares.

 

“A gente sabe da dificuldade, pelo interiorzão do Brasil que as prefeituras têm de atendimento e até de recursos para manter estes veículos ao longo de toda a vida. Então a gente trabalhou não só para tornar o produto cada vez mais robusto com o menor custo operacional possível, mas transformando também a nossa rede de cerca de 150 concessionários num braço muito forte do programa para todas as prefeituras e estados que adquirirem nossos ônibus” – relatou.

 

Muitas vezes, o que se vê em diversos locais do País, são ônibus do Caminho da Escola, relativamente novos, já sucateados.

 

Há alguns casos de problemas administrativos pontuais, com má gestão de dinheiro público, mas em grande parte das situações é que as prefeituras não têm recursos suficientes para uma manutenção adequada.

 

Carrer disse que uma das sugestões, para as próximas licitações do Caminho da Escola é incluir um pacote de manutenção dos veículos na compra.

 

Não há uma idade limite para os ônibus, mas apesar de operarem relativamente uma quilometragem baixa por dia (em comparação a um ônibus urbano, por exemplo), as condições de tráfego são muito severas, o que desgasta prematuramente os veículos.

 

O programa existe desde 2007. De acordo com Jorge Carrer, das quase 18 mil ônibus vendidos desde então, em torno de 50% são da Volkswagen Caminhões e Ônibus.

 

Somente no ano passado, o Caminho da Escola correspondeu por cerca de 30% das 3,5 mil vendas totais de ônibus da marca, ainda de acordo com o executivo. (Diário do Transporte/Adamo Bazani)