Governo estuda reduzir imposto de importação, diz Abeifa

AutoIndústria

 

Durante apresentação do balanço do primeiro trimestre do segmento de veículos importados, na quarta-feira, 3 de abril, José Luiz Gandini, presidente da Abeifa, revelou que o governo federal estuda medida para reduzir alíquota do imposto de importação dos atuais 35% para 15% com entrada em vigor ainda no primeiro semestre. “Ainda não conseguimos um contato oficial com o governo, mas é o que tenho ouvido nos bastidores”, disse o representante da associação dos importadores, sem revelar o interlocutor da informação.

 

Gandini conta que espera ter uma oportunidade de conversa com o governo no próximo fim de semana, em Campos do Jordão (SP), onde ocorrerá o 18º Forum Empresarial Lide, para o qual está confirmada a participação do ministro da Economia Paulo Guedes. “É uma possibilidade de termos um contato efetivo para expor nossas dificuldades.”

 

De acordo com o dirigente da Abeifa, a redução na alíquota poderia anular a alta do câmbio e ajudar a aquecer as vendas do segmento. “Com a volatilidade do câmbio do jeito que está, não conseguimos planejar nada. Somente nos últimos quinze meses anotamos um aumento de custos de 17,8%”, lamenta.

 

A esperança dos importadores é que uma medida capaz de aliviar a pressão nos custos possa reverter o desempenho negativo das vendas do segmento. No mês passado, as dezesseis afiliadas da Abeifa entregaram ao mercado 2,5 mil unidades, uma leve alta 1,2% sobre fevereiro, mas queda significativa de 27% com relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram emplacados 3,4 mil importados.

 

No acumulado do primeiro trimestre também o mercado de importados segue em baixa, com quase 7,5 mil veículos licenciados, volume 11,4% inferior ao anotado no mesmo trimestre de 2018, de 8,4 mil unidades.

 

O desempenho registrado pelas associadas da Abeifa com produção nacional – BMW, Caoa Chery, Land Rover, Mini e Suzuki – apresenta resultado oposto ao do mercado só de importados. Em março foram licenciadas 2,4 mil unidades das fabricantes, crescimento de 44,5 % na comparação com os 1,7 mil veículos emplacados no mesmo mês do ano passado. No acumulado dos três primeiros meses, a alta é de 50,6%, para 6,7 mil unidades, contra 4,5 mil apuradas um ano antes.

 

Cabe observar, porém, que o resultado positivo apresentado pelas empresas afiliadas com atividade industrial no País se deve especialmente à atuação da Caoa Chery, com crescimento de 360% no mês passado, para 1,4 mil automóveis vendidos, e de 270% no trimestre ao apurar 3,7 mil licenciamentos.

 

Apesar das dificuldades que encontra no primeiro trimestre, “atípico”, como definiu Gandini, “em fase de aprendizado ante o novo governo”, o dirigente ainda se mantém otimista e trabalha com a estimativa de fechar o ano com 50 mil importados negociados, o que representaria um crescimento em torno de 30% sobre 2018, quando somou 37 mil unidades.

 

A meta para as companhias que produzem no País é de alcançar 55 mil unidades emplacadas, volume que superaria em 100% o resultado obtido no ano passado, de 23,6 mil veículos licenciados. (AutoIndústria/Décio Costa)