Crise leva concessionária a melhorar processo de vendas

O Estado de S. Paulo

 

Ociosidade nas fábricas pós crise econômica e competição acirrada entre as marcas levaram as concessionárias de veículos do País a melhorarem o processo de vendas com negociações de preços e prazos de entrega conforme o combinado. Esses dois fatores foram os que mais puxaram a alta na satisfação dos consumidores brasileiros com o processo de compra do carro novo.

 

Pesquisa da consultoria internacional J.D.Power a ser divulgada hoje mostra que, numa escala até mil, o índice de satisfação dos brasileiros que compraram carros novos no ano passado atingiu 839 pontos, o mais alto desde 2013, quando o estudo, feito em 16 países, teve início no Brasil e a pontuação foi de 754. No ano passado, o índice médio ficou em 805 pontos.

 

O índice atual está muito próximo do verificado em países como Estados Unidos e Japão, informa Fabio Braga, diretor de operações da J.D.Power no Brasil.

 

“Após a crise, montadoras e concessionárias vêm empreendendo esforços para satisfazer o cliente e buscar sua lealdade”, diz Braga. “O mercado é muito competitivo, boa parte das fabricantes tem capacidade ociosa e as ofertas têm sido pujantes”, acrescenta ele, para quem a discussão do preço é um dos itens mais importantes na decisão de compra.

 

Os pesquisadores ouviram nos primeiros meses deste ano 4.630 proprietários de veículos novos adquiridos entre dezembro de 2017 e novembro de 2018. São levados em conta itens como negociação de preços, processo de entrega, atendimento do vendedor, instalações da loja e test drive.

 

No topo

 

Das 16 marcas de maior volume de vendas, 13 melhoraram o desempenho em relação à pesquisa anterior, duas apareceram na lista pela primeira vez (Kia e Caoa-Chery) e apenas uma, a Nissan, teve queda na pontuação, de 828 para 815.

 

O melhor desempenho foi o da Caoa/Hyundai, com 871 pontos. A marca já tinha ocupado este posto em 2017 e em 2014 – quando empatou com a Toyota, que foi líder na lista nos demais anos da pesquisa. No ranking atual a japonesa caiu para a quarta colocação, com 854 pontos.

 

O segundo lugar teve empate entre Honda e Peugeot (859 pontos) e o terceiro ficou com a Chevrolet (858). Entre as marcas de luxo, classificadas separadamente, a melhor colocada foi a BMW (883), seguida por Mercedes-Benz (879) e Audi (858).

 

“Notamos que o consumidor leva mais em conta o processo de negociação, a atuação do vendedor e o cumprimento do prazo de entrega”, afirma Braga. (O Estado de S. Paulo/Cleide Silva)