Jornal do Comércio
A fábrica da General Motors em Gravataí, no Rio Grande do Sul, vai parar a produção até 11 de março. A parada, que começou nesta segunda-feira (18), servirá para ajustes na linha e manutenção e faz parte da preparação da unidade para receber a nova plataforma de carros. No m deste ano, o primeiro veículo da nova linha da montadora, que faz parte do investimento de R$ 1,4 bilhão, será lançado.
A nova família se destina ao mercado externo, conforme anúncio feito em 2017, quando a direção da companhia oficializou a ampliação, que é a terceira na história da unidade, que completa duas décadas de produção em julho deste ano. A atual capacidade de produção de 350 mil unidades. A futura, com a expansão, não chegou a ser informada pela GM. A unidade gaúcha é a maior no Brasil da marca e hoje monta os modelos Onix e Prisma, que devem continuar a ser fabricados devido ao mercado consumidor.
Boa parte dos 2,6 mil funcionários diretos da GM vão ficar em casa. Além disso, as férias coletivas atingem os trabalhadores das fornecedoras, chamadas de sistemistas, que ficam no Centro Industrial Automotivo de Gravataí (Ciag). A empresa informa que a programação já estava prevista.
O investimento foi anunciado em julho de 2017 e representa a terceira ampliação em Gravataí. Além disso, o complexo também já está com novos integrantes no time de sistemistas, que chega a 18 no site na cidade da Região Metropolitana.
No novo projeto, houve entrada de novos fornecedoras, como a chinesa SL Automotive, que inaugurou recentemente unidade na área. Os sistemistas fazem parte do modelo de parque de produção, o que permite fluxo de peças de acordo com as necessidades da linha de produção. É o chamado just-in-time. As obras civis na área da montadora já foram concluídas.
As férias coletivas e a preparação para a nova fase da fábrica ocorrem após estremecimento sobre o futuro da montadora no Brasil. Em janeiro, direção da GM Mercosul, que responde pelas unidades no Brasil e Argentina, sindicato dos metalúrgicos e governo gaúcho se envolveram com negociações sobre o futuro da operação.
A direção global da companhia, com sede nos Estados Unidos, cobrou rentabilidade do negócio, que estaria apresentando prejuízos há cinco anos. A GM Mercosul propôs ao Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí (Sinmgra) a revisão de 21 itens do acordo coletivo de trabalho. Os trabalhadores recusaram a mudança.
No começo de fevereiro, a montadora tirou a proposta, que deve ser reavaliada para a renovação do acordo até m e março de 2020. Com o Estado, as tratativas abrangem revisão da tributação sobre frete interestadual e das condições de custo da logística no Porto do Rio Grande. O governador Eduardo Leite chegou a ir à sede da companhia em São Caetano do Sul e saiu indicando que espera manutenção da montadora. (Jornal do Comércio)