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O grupo Fiat Chrysler Automobiles (FCA), que detém a fábrica da Jeep em Goiana, vai marcar presença no carnaval pernambucano através de uma parceria com o Galo da Madrugada. A união em camarote de uma das montadoras mais modernas do mundo com uma agremiação que é recordista do Guinness Book acontece em um momento em que a FCA reconhece a sua “mania” de grandeza.
A operação na América Latina foi a melhor do mundo em 2018, segundo balanço global divulgado no início de fevereiro, e a projeção em 2019 é que as vendas se expandam até 8% com o possível crescimento de 2,5% do PIB e o perfil mais favorável à iniciativa privada do governo Bolsonaro.
Os números do patrocínio ao Galo não foram divulgados, mas já representam parte dos R$ 14 bilhões que a FCA pretende investir na América Latina até 2023, principalmente no Brasil, nas fábricas da Fiat em Betim (Minas Gerais) e da Jeep (em Goiana). “Queremos ser cada vez mais relevantes social e culturalmente em Pernambuco e Paraíba”, destaca o presidente da FCA para a América Latina, Antonio Filosa.
Estar presente em ações de cultura, esporte e educação faz parte da filosofia do grupo que aposta no conceito da “indústria 4.0”, onde a tecnologia permite que trabalhadores dividam cada vez mais as tarefas com robôs.
A fábrica em Goiana é uma referência neste novo momento. A unidade com 12 mil trabalhadores próprios e de sistemistas fechou 2018 com 199 mil carros produzidos. Neste ano, dois dos três modelos made in Pernambuco (Toro e Compass) passarão por uma renovação entre maio e junho. O Renegade já passou por esse processo no final de 2018.
Em 2021, a montadora produzirá um novo modelo em Goiana, mais um SUV da Fiat para o mercado mundial. Em Betim, além de edições especiais dos modelos existentes, já em 2020 um novo carro sairá da linha de montagem que foi mais “robotizada” seguindo a linha em Goiana. Detalhes? Antonio Filosa prefere manter o mistério.
Minas disputa com a Ásia a instalação de uma nova fábrica de motores. Segundo o presidente da FCA para a América Latina, a chance de emplacar este investimento no Brasil é de 49%. Goiana não entrou no páreo. Dificuldades logísticas motivadas pelo atraso do Arco Metropolitano aumentam em torno de 20% os custos de produção na montadora pernambucana.
Se perde em estrutura de acesso, Goiana vai bem no mapa mundial da FCA na questão de tecnologia. A fábrica vem expandindo parceiras com empresas como o CESAR e startups locais para encontrar soluções que aumentem a produção e a qualificação dos funcionários cada vez mais integrados a um ambiente robótico.
A startup pernambucana Joy Street desenvolveu para a FCA um jogo de celular onde o funcionário tem que encontrar soluções para problemas na linha de montagem. O PlantX já teve mais de nove mil downloads desde o final de 2017 e terá versões até em chinês. Se é para cantar de galo para o mundo, que seja com um pouco do DNA pernambucano e paraibano. (Portal OP9/Paulo Goethe)