AutoIndústria
O que parecia líquido e certo para a moderna fábrica de Goiana (PE), agora nem tanto. Antonio Filosa, principal executivo da FCA na América Latina, disse nesta sexta-feira,8, que a empresa não definiu ainda onde produzirá a picape de 1 tonelada apontada como um produto importante e ainda ausente nas marcas do conglomerado.
Na quinta-feira, até mesmo Michael Manley, CEO da FCA, reconheceu, em encontro com investidores, que uma picape desse porte faz falta no portfólio da empresa mesmo nos Estados Unidos, onde seria considerada picape média.
“É um projeto complexo e, exatamente por isso, estamos trabalhando sobre várias possibilidades”, disse Filosa, que, juntamente com a fábrica pernambucana, enumera as operações mexicanas e até argentina como potenciais bases produtivas do comercial leve.
De qualquer forma, o próprio executivo deu uma boa dica das possibilidades de a fábrica brasileira sair vencedora dessa disputa. A FCA entende que o mercado interno de picapes pequenas, assim como de outros veículos utilitários leves, tende a crescer em 2019 e nos próximos anos, caso a economia se recupere de forma consistente. “Será preciso movimentar e distribuir esse maior volume de produtos e serviços que serão gerados”.
Ainda em 2019, porém, a FCA terá uma opção de picape grande para o Brasil. No último trimestre, começará a importar a RAM 1500 diretamente dos Estados Unidos. “Mas em pequenos volumes, para um mercado restrito”, pondera Filosa, que aponta a sofisticação do modelo e o dólar como aspectos limitadores para volumes mais expressivos.
A FCA, entretanto, já está muito bem representada no atual mercado brasileiro de picapes. São Fiat a líder de vendas Strada e a segunda colocada Toro. E de maneira inquestionável: a marca deteve 38,6% do segmento, com 142,4 mil emplacamentos dos dois modelos – 67,2 mil unidades da Strada e 58,4 mil da Toro.
A segunda marca do segmento é a Volkswagen, que negociou 66 mil picapes compactas Saveiro e grande Amarok, fabricada na Argentina. Mas a montadora alemã prepara seu ingresso no segmento de médias, criado e pela Fiat com a bem-sucedida Toro. No último Salão do Automóvel de São Paulo a empresa apresentou a Tarok, uma indisfarçada oponente da picape da Fiat e que pode chegar ao mercado até o fim do ano. (AutoIndústria/George Guimarães)