AutoIndústria
A Mercedes-Benz encerrou 2018 como líder das vendas de caminhões pelo terceiro ano consecutivo e inicia 2019 em ritmo intenso de trabalho. A fabricante foi uma das veteranas que mais cresceu no ano passado. Anotou expansão de 44% com 21,1 mil unidades entregues e, embora seja natural experimentar certo arrefecimento após forte crescimento, não pretende tirar o pé do acelerador tão cedo.
A montadora já inicia o ano com entregas programadas de cem unidades do Actros 2651 para a Brasil Central, transportadora de Rio Verde (GO) com atuação no agronegócio, para renovar e ampliar frota. Depois, colocou a casa em ordem para poder suportar aumento da demanda. “Ano passado poderíamos ter crescido mais não fosse a falta de capacidade”, revela Roberto Leoncini, vice-presidente e vendas e marketing caminhões e ônibus da Mercedes-Benz. “Trabalhamos o último trimestre de 2018 focados no equacionamento da fábrica para que esse ano as entregas possam ser mais fracionadas”.
O executivo admite que, em passado não muito distante, teve participações menores em segmentos econômicos importantes, como o agronegócio. Após período de ajuste em produtos para melhor atender à realidade do transporte brasileiro, no entanto, o cenário para a empresa mudou. “Em algum momento a Mercedes-Benz não entregou o que o cliente queria, mas agora voltamos ao cardápio de opções para transportador com o Actros e o Axor, que voltaram a atuar no transporte de grãos, químicos, combustíveis”.
Alinhado com a projeção da Anfavea, o vice-presidente de vendas também aposta em um crescimento nas vendas do mercado de caminhões em torno de 16%, por volta de 88 mil unidades. “Mais uma vez puxados pelos pesados, que deverá participar com 50% a 65% das vendas totais”, arrisca.
Para Leoncini, porém, diferentemente do ano passado, quando a incapacidade de entregar mais impediu desempenho mais robusto, a expansão deste ano está atrelada nos passos do próximo governo. “O crescimento pode ser maior, mas precisamos das reformas estruturais, entender o os impactos do tabelamento do frete, do preço do diesel. Além de alguns setores que precisa voltar, como a construção civil, que ainda não está no crescimento de caminhões do ano passado”.
Um segmento pelo menos, o Leoncini já dá como certo uma reação mais vigorosa em 2019, o de caminhões leves. “Ano passado, só distribuição de bebidas comprou. Mas com uma taxa de desemprego menor e, consequentemente, maior confiança do consumidor, o consumo aumenta e, com isso, o varejo compra caminhão”.
Com esse cenário, a Mercedes-Benz passa a ter um ambiente de negócios mais favorável, afinal, a marca atua em todos os segmentos de caminhões. “Ter pesados e extrapesados como os carros-chefes do mercado não é ruim, mas não é o melhor dos mundos para nós”. (AutoIndústria/Décio Costa)