Trabalhadores da Ford iniciam greve em Taubaté

AutoIndústria

 

A demissão de doze funcionário na segunda-feira, 21, levou os trabalhadores da fábrica da Ford de Taubaté, no interior paulista, a iniciarem greve por tempo indeterminado. O Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região, Sindmetau, alega que as dispensas ocorreram em pleno processo de negociação da entidade com a empresa sobre medidas a serem adotadas para evitar a saída de pessoal excedente.

 

De acordo com comunicado do sindicato, apenas funcionários de setores essenciais foram liberados para entrar na fábrica nesta terça-feira, 22. A produção, garante a entidade, está paralisada.

 

“Não restava outra alternativa para nós trabalhadores. Foi deliberado em assembleia a paralisação por conta da demissão de qualquer pessoa que não fosse através do PDV (Programa de Demissão Voluntária)”, explica o coordenador do CSE, Comitê Sindical de Empresa, da Ford, Sinvaldo Cruz.

 

Em setembro, quando a Ford alegou um excedente de 350 trabalhadores em Taubaté, foram iniciadas negociações para a manutenção dos empregos. Um PDV foi aberto naquele mesmo mês, com adesão de 128 trabalhadores. “Negociávamos outras medidas para administrar o excedente, quando fomos surpreendidos pela demissão de doze trabalhadores no início desta semana”, reforça Cruz.

 

Dentre outras medidas apresentadas pelo CSE incluíam-se a adoção de um novo PDV, a redução da jornada e licença remunerada. “São alternativas viáveis no sentido de buscar a preservação dos postos de trabalho”, avalia o sindicalista, ressaltando que o o Sindicato segue aberto à negociação com a empresa.

 

Ainda segundo a entidade, a Ford – que passa por um processo global de reestruturação – conta com cerca de 1,3 mil funcionários na fábrica de Taubaté. Essa unidade industrial, de acordo com o Sindmetau, deixará de exportar motores para o México. Além disso, a produção foi reduzida por causa da quedas nas exportações para a Argentina.

 

Na avaliação da entidade, o acordo de cooperação com a Volks também pode trazer reflexos nas operações da empresa.

 

“Sabemos das dificuldades, mas também sabemos que há condições para que a mão de obra seja mantida na fábrica. Nossa intenção é que a empresa olhe com outros olhos as demissões, e que a gente possa buscar caminhos dentro de uma solução negociada para manter os postos de trabalho”, comenta o integrante do CSE da Ford, Milson Antunes. (AutoIndústria)