Reunião entre GM e sindicatos abre negociação para manter fábricas no País

O Estado de S. Paulo

 

O presidente da General Motors na América Latina, Carlos Zarlenga, se reuniu com representantes sindicalistas de São José dos Campos e de São Caetano do Sul nesta terça-feira, 22, no Vale do Paraíba. Foi apresentado às entidades um panorama global da empresa, que ameaça fechar as plantas na América Latina, conforme comunicado interno emitido na sexta-feira, 18, a seus empregados.

 

A reestruturação faz parte de uma ação global da General Motors, já ocorrida na Rússia e nos Estados Unidos, onde algumas plantas tiveram suas atividades encerradas nos últimos anos a fim de tornar a operação viável economicamente, segundo apresentado por Zarlenga.

 

Negociação na GM

 

De acordo com Aparecido Inácio da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, a continuação dos trabalhos da montadora no Brasil está condicionada à flexibilização de acordos trabalhistas que permitam novos investimentos, que seriam feitos imediatamente para início da produção da nova família de carros da GM.

 

Ainda segundo os sindicatos, esses acordos envolveriam não somente aos trabalhadores diretos, mas também o governo, os fornecedores e os revendedores da marca, todos que fazem parte da cadeia, da produção até chegar ao consumidor. “O governo tem que ser colaborador porque é o que mais ganha”, criticou.

 

Na tarde desta terça, em reunião somente com representantes de São José dos Campos, foram apresentadas possíveis soluções para trazer novos investimentos para a unidade, que emprega cerca de 4,5 mil pessoas. Na quarta-feira, 23, está programada uma assembleia com os trabalhadores para apresentar os pontos de negociação.

 

Em São Caetano do Sul a proposta da GM será discutida com o sindicato local também na quarta-feira e depois apresentada aos empregados.

 

Procurada pela reportagem, a General Motors informou que não vai comentar a negociação. (O Estado de S. Paulo/Gerson Monteiro)