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Os preços do petróleo nos Estados Unidos caíram quase 8% nesta sexta-feira (23), ao menor nível em mais de um ano, registrando a sétima perda semanal consecutiva em meio a receios de um excesso de oferta, apesar de nações produtoras considerarem cortes na produção.
Os futuros do petróleo Brent perderam US$ 3,80, ou 6,1%, a US$ 58,80 por barril. Durante a sessão, a referência tocou US$ 58,41, sua mínima desde outubro de 2017.
O petróleo dos EUA (WTI) recuou US$ 4,21, ou 7,7%, para US$ 50,42 dólares o barril, também sua mínima desde outubro do ano passado.
Na semana, o Brent teve um declínio de 11,3%, enquanto o WTI perdeu 10,8%, a maior queda semanal desde janeiro de 2016.
A oferta de petróleo, liderada pelos produtores norte-americanos, está crescendo mais rapidamente do que a demanda, e para evitar o acúmulo de combustível, como o que surgiu em 2015, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo deve começar a reduzir a produção após uma reunião prevista para 6 de dezembro.
Mas isso não fez muito até agora para dar suporte aos preços. O valor do barril de petróleo caiu mais de 20% até agora em novembro, em um período de sete semanas de perdas. O petróleo está a caminho da maior queda mensal desde o final de 2014.
“O mercado está precificando a desaceleração econômica — eles estão antecipando que as negociações comerciais com a China não vão ser boas”, disse Phil Flynn, analista na Price Futures Group, referindo-se ao esperado encontro entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, durante a cúpula do G20 em Buenos Aires na próxima semana.
“O mercado não acredita que a Opep vai ser ágil o suficiente para compensar a queda da demanda”, disse Flynn.
A produção de petróleo subiu este ano. A Agência Internacional de Energia espera que apenas a produção de países não integrantes da Opep aumente 2,3 milhões de barris por dia (bpd) em 2018. A demanda por petróleo no próximo ano, por sua vez, deverá crescer 1,3 milhão de barris por dia.
Com o ajuste para reduzir a demanda, a Arábia Saudita, maior exportadora de petróleo do mundo, disse na quinta-feira que pode reduzir a oferta, uma vez que pressiona a Opep a concordar com um corte conjunto de 1,4 milhão de barris por dia.
Se a Opep concordar em cortar a produção em sua reunião no próximo mês, os preços do petróleo poderão se recuperar drasticamente, dizem os analistas. (Portal G1/Reuters)