Enel, dona da Eletropaulo, quer replicar no Brasil modelo chileno de incentivo a ônibus elétricos

Diário do Transporte

 

A gigante italiana do setor elétrico, Enel, está disposta a cada vez mais participar da eletrificação dos transportes coletivos por ônibus e quer replicar no Brasil, Colômbia e Peru o modelo que implantou no Chile.

 

Para possibilitar com segurança energética a circulação do primeiro lote de 100 ônibus para o a Metbus, da capital chilena, a empresa investiu em torno de US$ 40 milhões em infraestrutura. A todo, deve ser 200 ônibus elétricos até o primeiro trimestre de 2019.

 

A expectativa é de que um navio chegue nesta semana com o primeiro lote de ônibus elétricos produzidos na China pela BYD, ao porto de San Atnonio.

 

Os próximos passos no país andino é estender a infraestrutura para receber ônibus elétricos em Concepción e instalar pontos de carregamento de baterias em estações rodoviárias entre Valparaíso e Biobío.

 

Os investimentos devem aumentar no país quando o corredor da Avenida Grécia se tornar 100% elétrico. A previsão do início do funcionamento é 15 de dezembro.

 

As informações são do jornal El Mercurio, um dos mais importantes do Chile.

 

Ainda há a expectativa da conclusão da licitação do último lote do Transantiago. A proposta de uma empresa para operar uma rede de ônibus elétricos não foi classificada justamente pela não aprovação por parte do governo local do quesito referente à viabilidade econômica. O sistema tem seis lotes. Cinco foram licitados. Até o momento, 40% do novo sistema da capital chilena e região serão operados com ônibus a gás natural e 60% com veículos a diesel, padrão de redução de emissões Euro V, mas com filtros de partículas para minimizar ainda mais a poluição gerada.

 

Brasil, Colômbia e Peru

 

A criação de parcerias, formais ou não, é o caminho já percorrido no Chile pela Enel que deve ser adaptado ao Brasil, Colômbia e Peru, de acordo com o jornal.

 

E uma das parceiras, com a qual a italiana não tem um acordo de exclusividade, mas já conseguiu avanços e entendimentos, é a fabricante de ônibus BYD que, no Brasil, possui uma planta instalada desde 2015 na cidade de Campinas, no interior paulista.

 

O periódico chileno diz que a empresa chinesa mantém contatos de compras e para criação de novos modelos operacionais de ônibus elétricos com as viações.

 

O Diário do Transporte noticiou em 16 de outubro uma iniciativa da empresa BYD e da prefeitura de São Paulo para a operação dentro de dois meses (promessa na época) de 15 ônibus elétricos. A eletricidade para estes veículos será gerada por meio de placas de energia solar numa fazenda da BYD em Araçatuba, também no interior paulista. Esta energia será jogada no sistema elétrico e o Operador Nacional do Sistema (elétrico) vai conceder bônus equivalentes para estes ônibus.

 

Mas a fazenda deve conseguir ter capacidade para parte da frota paulistana. Uma lei de janeiro de 2018, que deve ser considerada no edital de licitação do sistema de ônibus da capital paulista que será relançado pela Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes, prevê reduções de emissões da poluição pelos ônibus de São Paulo.

 

A Enel, que desde a metade deste ano detém 73% da Eletropaulo, vê nesta obrigatoriedade da frota da capital paulista uma oportunidade de desenvolver um mercado voltado para o transporte coletivo por ônibus livre de emissões locais de poluentes.

 

Na Colômbia, a BYD testa um ônibus elétrico pelas ruas de Bogotá e, no Peru, a fabricante chinesa assinou na semana passada um acordo com autoridades locais para testar um modelo a partir de janeiro de 2019, segundo o jornal.

 

A Enel deve acompanhar bem de perto estes movimentos.

 

Ainda no Chile, a Enel X subsidiária de serviços comerciais da empresa italiana de energia elétrica, firmou uma aliança com a BYD para a chegada dos 100 ônibus elétricos para a Metbus, e com a Enex, pertencente ao grupo Luksic, que opera as estações de serviço Shell, para instalar carregadores de baterias de veículos elétricos entre as regiões de Valparaíso (Maitencillo) e Biobío.

 

Serão instalados também pontos de recarga rápida no trajeto dos ônibus que podem completar uma bateria em até dez minutos. (Diário do Transporte/Adamo Bazani)