Montadoras rumo aos 3 milhões de veículos

O Estado de S. Paulo

 

A produção de autoveículos tende a ficar próxima de 3 milhões de unidades neste ano, com crescimento da ordem de 10% em relação a 2017. É o que mostram os dados da associação das montadoras (Anfavea), registrando a fabricação de 2,92 milhões de veículos nos últimos 12 meses, até outubro. Foi “uma surpresa” e o melhor resultado para um mês de outubro desde 2014, notou o presidente da Anfavea, Antonio Megale. Mas os números ainda são semelhantes aos de uma década atrás e bem inferiores ao recorde de 3,7 milhões de 2013.

 

A produção de 263,3 mil veículos no mês passado superou em 17,8% a de setembro e em 5,2% a de outubro de 2017. Nos primeiros dez meses do ano, cresceu 9,9%, comparativamente a igual período do ano passado, atingindo 2,46 milhões de unidades.

 

Os licenciamentos de 254,7 mil veículos em outubro superaram em 19,4% os de setembro e em 25,6% os de outubro do ano passado.

 

Também foram muito fortes as vendas internas no atacado de máquinas agrícolas e rodoviárias. Entre outubro de 2017 e outubro de 2018, as vendas de tratores de rodas aumentaram 34,3%; as de tratores de esteira avançaram 70,8%; as de colheitadeiras de grãos subiram 17,8%; as de colhedoras de cana aumentaram 52,5%; e as de retroescavadeiras atingiram 144,4%. É uma evidência do ritmo de investimentos do agronegócio, observada, inclusive, no segmento de caminhões, com aumento de 30% entre os primeiros dez meses de 2017 e de 2018, atingindo 88 mil unidades.

 

Alguns números da Carta da Anfavea de outubro são menos expressivos, caso da queda das exportações, em razão da fraqueza do mercado argentino, e do recuo do emprego. Entre setembro e outubro, 1,1 mil vagas foram cortadas, mas, neste caso, trata-se da sazonalidade desfavorável dos últimos trimestres, já observada em anos passados.

 

Com juros em queda e oferta satisfatória de crédito, as vendas de veículos foram estimuladas e o desempenho esperado para 2019 é promissor. Nos últimos 12 meses, até setembro, os empréstimos com essa finalidade para pessoas físicas cresceram 12,2% e para pessoas jurídicas, 77,2%, segundo o Banco Central.

 

O setor de veículos tem contribuído para a sustentação da produção industrial e das vendas no varejo. O segmento é forte o bastante para não precisar de benefícios fiscais. (O Estado de S. Paulo)