Produção da indústria automobilística brasileira atingida pela recessão argentina

O Petróleo

 

As montadoras brasileiras estão enfrentando a perspectiva de uma queda acentuada nas exportações este ano, uma vez que a crise na vizinha Argentina dificulta as perspectivas de vendas de carros no exterior, disse a associação nacional de montadoras.

 

A associação Anfavea disse que as exportações de automóveis vão cair 8,6% neste ano, para um total de 700 mil unidades. A estimativa representou uma revisão significativa, já que a estimativa anterior da associação dizia que as exportações permaneceriam estáveis ​​em comparação a 2017.

 

A queda na previsão de exportação é em grande parte atribuível à dependência das montadoras brasileiras em relação à Argentina. Segundo a Anfavea, as exportações para a Argentina representaram entre 70% e 75% das exportações brasileiras de automóveis. Em setembro, esse número caiu para cerca de 50%.

“Temos que nos acostumar com a nova realidade das exportações”, disse Antonio Megale, presidente da associação, que também é executivo da Volkswagen AG.

 

A Argentina tem lutado para controlar a inflação em meio a uma moeda enfraquecida que perdeu metade de seu valor este ano. Isso levantou questões sobre a capacidade do país de pagar sua dívida e diminuir o poder de compra dos argentinos.

 

A produção de automóveis no Brasil despencou 23,5% em setembro em relação ao mês anterior, enquanto as vendas caíram 14,2%, disse a Anfavea. Apesar das quedas, o emprego no setor automobilístico permaneceu estável.

 

O Brasil foi um dos cinco maiores mercados de automóveis do mundo até uma inflexão recente, e continua a ser uma importante base de operações para Fiat Chrysler Automóveis NV, Volkswagen, General Motors Co e Ford Motor Co. (O Petróleo)