O que muda com o acordo automotivo entre Brasil e Argentina?

Revista Auto Esporte 

 

O documento – assinado pelo Ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marco Jorge, e o Ministro de Produção e Comércio da Argentina, Dante Sica – estabelece um cronograma que envolve especificações relativas à segurança, emissões sonoras e de gases poluentes, eficiência energética e controle de autopeças.

 

A ideia é que as normas que regulam certos itens das áreas citadas sejam analisadas e equiparadas umas com as outras em ambos países. Para isso foi criado o Grupo de Trabalho de Regulamentos Técnicos Automotivos, o qual será responsável por analisar as divergências entre os regulamentos técnicos brasileiros e argentinos e sugerir adequações.

 

Este grupo deverá se reunir presencialmente, alternando os países, ou por videoconferência, a cada 30 dias. O Grupo de Trabalho terá 180 dias para identificar diferenças e propor mudanças necessárias entre as regras. Terminado o prazo, os países devem informar quando as adequações entram em vigor.

 

De acordo com Marcos Jorge, com a unificação de regras técnicas, a expectativa é que haja uma redução de custos para o setor e ganhos para o consumidor. “O setor automotivo é estratégico para a indústria nacional e comércio exterior brasileiros. Por isso, é fundamental que possamos avançar na diminuição das barreiras e fazer o nivelamento de regulamentos”, disse.

 

O presidente da Anfavea, Antonio Megale, divulgou uma declaração afirmando que o acordo representa um passo importante para aprofundar ainda mais as relações entre os dois países, principalmente no que diz respeito à integração produtiva entre suas indústrias. “Esta convergência cria oportunidade para ganhos de competitividade e até mesmo de otimização de custos e investimento”, afirmou ele.

 

O Brasil é o principal destino das exportações argentinas e a principal origem das importações daquele país. Já o nosso país vizinho é o terceiro destino das exportações brasileiras e a terceira principal origem das importações brasileiras. O setor automotivo é o mais representativo nos fluxos comerciais de bens entre os dois lugares.

 

Confira abaixo os itens que serão analisados

 

– Segurança

 

Vidros de segurança, sistema de freios, freios ABS, controle eletrônico de estabilidade, pneumáticos, sistema de retenção infantil, deslocamento do sistema de controle de direção, absorvedor de energia, barras de impacto lateral, inflamabilidade dos materiais internos, trava do capô, identificação de comandos, indicadores e luzes piloto e sistema antirroubo.

 

– Emissões sonoras e emissões de gases poluentes

 

Sistema limpador e lavador de parabrisas, dispositivo de sinalização acústica, espelhos retrovisores interno e externos, impacto frontal, cabeçotes de segurança para assentos, encostos de cabeça laterais, encosto de cabeça central traseiro, instalação e uso de cintos de segurança, fechaduras e dobradiças de portas laterais e ancoragem dos assentos.

 

Obs.: Os regulamentos relacionados às emissões sonoras e de gases contaminantes serão analisados pelo Grupo de Trabalho em 180 dias e, por mais 180 dias a partir do fim da análise devem ser apresentadas as propostas de adequação das normas.

 

– Eficiência energética

 

Sistema antiesmagamento por vidros elétricos, estepe e roda de auxílio assimétrica (aquele estepe com formato diferente do pneu de rodagem), dispositivo de alerta acústico do cinto de segurança, impacto traseiro, tanque de combustível, tubo de abastecimento e conexões, proteção ao pedestre e sistema de iluminação e sinalização. (Revista Auto Esporte/Caroline Sassatelli e Guilherme Blanco Muniz)