The Wall Street Journal/CanalTech
A Toyota parece ter planos para uma nova rodada de investimentos na Uber. De acordo com o site do The Wall Street Journal, a gigante automobilística pretende injetar US$ 500 milhões na startup para promover pesquisas relacionadas ao desenvolvimento de carros autônomos, aporte que elevará o valor de mercado da Uber a US$ 72 bilhões, segundo o referido site.
Trata-se de um investimento consideravelmente maior do que aquele realizado pelo japonês Softbank em dezembro do ano passado – cujos termos concederam à instituição financeira a posse de 20% das ações da companhia de compartilhamento de carona.
Caso o aporte da Toyota realmente se verifique, essa provavelmente será a ocasião para que a Uber retome o desenvolvimento dos seus carros autônomos. Os testes foram interrompido pela empresa por tempo indeterminado após um acidente fatal ocorrido no último mês de março em Tempe (Arizona, EUA), quando uma mulher de 49 anos foi atropelada e morta enquanto atravessava a rua.
Embora nenhuma das duas companhias tenham se manifestado oficialmente sobre o possível investimento até agora, essa não seria a primeira vez em que a Toyota impulsiona os negócios da Uber. Em 2016, a fabricante japonesa estabeleceu uma “parceria estratégica” com a startup que permitia aos motoristas adquirir veículos via leasing, com pagamentos descontados das corridas geradas pelo aplicativo. O acordo também envolveu um aporte com valor não mencionado.
Aporte da Toyota pode emprestar novo fôlego às pesquisas da Uber com carros autônomos, deixas as em stand-by desde o acidente fatal ocorrido no último mês de março nos EUA.
Toyota com foco em IA
A possibilidade de uma nova injeção de fundos também parece de acordo com os últimos movimentos da Toyota relacionados a tecnologias para condução autônoma. Vale lembrar, afinal, que a companhia estabeleceu recentemente o Toyota Research Institute, espaço com foco exclusivo na pesquisa de soluções baseadas em inteligência artificial direcionadas sobretudo a duas áreas: carros autônomos e robôs domésticos.
A empresa também anunciou planos para a construção de um gigantesco complexo industrial de 60 acres no estado de Michigan (EUA); o local deve servir para “testes extremos” de condução, envolvendo cenários atípicos e testes demasiadamente arriscados para serem conduzidos em vias públicas. Por fim, a multinacional deve também investir US$ 2,8 bilhões em uma nova companhia de software, cuja incumbência, novamente, será a de prover sistemas completos para veículos autodirigíveis.
Economia de um lado, proatividade do outro
Ademais, o interesse da Uber e da Toyota em tecnologias autônomas não poderia ser mais previsível. Pelo lado da startup, há o interesse óbvio de economizar uma quantia substancial ao eliminar a necessidade de motoristas de carne e osso. Já a Toyota parece buscar formas de se estabelecer em um cenário regido por veículos compartilhados – cujo desdobramento previsível pode ser uma queda acentuada nas vendas, considerando-se a cultura atual de “uma pessoa, um carro”.
Por fim, como interesse humano mais geral, diversos especialistas apontam os veículos autônomos como uma solução capaz de reduzir grandemente os períodos de translado, podendo também salvar vidas ao eliminar erros tipicamente humanos. Além da Toyota, também a General Motors anda empurrando as fichas para a mesa da inteligência artificial. Em 2016, a fabricante realizou um aporte de US$ 500 milhões ao app de carona compartilhada Lyft. (The Wall Street Journal/CanalTech/Carlos Dias Ferreira)