Agência dos EUA quer reduzir metas de autonomia dos carros aprovadas por Obama

G1 O Globo

 

A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos pretende atenuar as metas de eficiência energética dos veículos aprovadas no governo de Barack Obama.

 

A indústria automobilística americana está diante de uma bifurcação. Precisa decidir se continua no caminho que vinha seguindo e que vai levar a carros mais econômicos e menos poluentes num futuro próximo ou se muda de rumo e pega um atalho que está sendo proposto pelo governo Trump e que vai levar a um consumo de 500 mil barris de petróleo a mais por dia até 2030.

 

Em 2012, a administração de Barack Obama criou uma lei ambientalmente ambiciosa. As montadoras teriam que mais que dobrar a autonomia dos carros, dos atuais 10 para 23 quilômetros por litro de combustível até 2025. Isso diminuiria a emissão de CO2 em 10%.

 

Trump assumiu o governo e as montadoras começaram a pressão. Alegavam que os investimentos seriam pesados e iriam comprometer, por exemplo, a geração de empregos.

 

Ontem, o governo divulgou o projeto para aliviar as metas. Em vez de chegar a um consumo de 23 quilômetros por litro, quer parar em 16 quilômetros em 2021. O projeto ainda acaba com a autonomia dos estados de definirem suas próprias normas para emissões de poluentes. E é aí que a briga fica mais pesada.

 

Hoje, a Califórnia, o estado mais rico e populoso dos Estados Unidos, tem as mais rígidas leis ambientais para carros, regras seguidas por mais 13 estados. Juntos eles representam um terço do mercado automobilístico americano e prometeram brigar na Justiça contra o projeto de Trump.

 

O medo de anos de disputas e incertezas jurídicas já fez as montadoras recuarem. Elas afirmam agora que é preciso um acordo que agrade aos 50 estados americanos. (G1 O Globo)