Revista Torque
Reconhecida por seu conceito sob medida, em que atende às necessidades específicas de cada cliente, a Volkswagen Caminhões e Ônibus decidiu ampliar ainda mais essa interação, com foco no futuro: frotistas participam agora do desenvolvimento de veículos, com voz ativa e feedbacks instantâneos diretamente com a montadora. São os testes de campo, de pós-vendas e engenharia, que resultam em melhorias graças à aplicação do Big Data.
A implementação, em tese, é simples: com o apoio das equipes de Vendas e Pós-Vendas da companhia, a Engenharia da montadora disponibiliza um protótipo com rastreador que mapeia todo o desempenho na operação real. A partir do cruzamento dessas informações com a do restante da frota, ganham os dois lados: a montadora faz uma aquisição exclusiva dos dados do veículo para aperfeiçoamento do modelo, ao mesmo tempo em que o cliente recebe avaliações profundas sobre o desempenho de sua frota.
Quem garante que tem se surpreendido com os dados levantados é Hitoshi Aoki, proprietário da Viação na Montanha, de Campos do Jordão (SP). Com uma aplicação bem atípica, em rota que envolve muitas ladeiras em grande altitude em que o ar chega a ficar rarefeito, Hitoshi tem frota cativa Volkswagen: 99% de seus veículos são da marca. Ele conta que tem aproveitado muito essa experiência e utiliza o conhecimento agregado para conscientizar seus motoristas, o que já vem refletindo em sua performance.
“Essa comunicação direta com a Volkswagen Caminhões e Ônibus é muito valiosa para nós. Os veículos evoluíram muito em termos de tecnologia embarcada nos últimos anos e nós, frotistas, ainda estamos aprendendo a lidar com todos os recursos. Com a ajuda da montadora, percebi, por exemplo, um novo conceito para gerir o negócio: o jeito mais eficiente de medir a rentabilidade do ônibus deve ser medida pelo custo do passageiro por litro de combustível e não simplesmente pela quilometragem”, esclarece.
Outra empresa que também participou ativamente desse projeto é a Viação Triecon, de Barra Mansa (RJ). “Realizamos um trabalho muito produtivo com a Volkswagen. O protótipo que testamos proporcionou um ganho de conforto significativo para o passageiro e também o motorista, graças à sua suspensão e seu sistema de amortecimento a ar. Integramos o modelo em nossa frota, com a mesma operação dos demais veículos e pudemos ajudar a ressaltar os diferenciais da engenharia brasileira na linha Volksbus”, atesta Luiz Garcia, gestor operacional da viação.
Resultados
Nesta primeira onda, o trabalho realizado com quatro empresas de ônibus impressionou tanto que influenciou a venda de mais de 50 chassis. Mais do que ouvir o cliente, a montadora atua junto em sua operação, avaliando todas as oportunidades de melhoria, tanto para o desenvolvimento do veículo como para apoiá-lo em ajustes de sua aplicação.
Já foram aplicadas, por exemplo, alterações customizadas no projeto para o melhor desempenho da frota, assim como o cliente identificou necessidade de treinar mais seus motoristas em alguns aspectos. A Volkswagen Caminhões e Ônibus não fornece apenas o chassi, mas toda uma solução de transporte.
Como funciona?
O conceito de Big Data para o cruzamento das informações levantadas pelo rastreador é a base de todo o teste. Mas por trás desse levantamento de dados, há toda uma estrutura de inteligência na fábrica e na rede de concessionárias.
Um engenheiro está dedicado a acompanhar dia a dia o desempenho desses veículos em operação, monitorando e analisando os dados para orientar a equipe na fábrica e também a do cliente. Em paralelo, o projeto conta com o suporte dos escritórios regionais de vendas e da rede de concessionárias, que são cruciais para viabilizar e garantir o amplo suporte à ação. (Revista Torque)