Vendas de veículos cresce 12,37% em junho, segundo a Fenabrave

Tribuna do Norte

 

A Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) divulgou, dia 3, durante coletiva de imprensa realizada em São Paulo, o desempenho das vendas de carros novos no mês de junho e do acumulado do primeiro semestre de 2018.

 

Segundo a entidade, foram comercializadas 1.691.556 unidades no primeiro semestre do ano, entre automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e outros -, o que representa crescimento de 12,37% na comparação com o mesmo período de 2017.

 

Apenas em junho, as 287.721 unidades vendidas representaram alta de 3,85% ante igual mês do ano passado, mas o resultado, se comparado ao mês de maio de 2018, teve queda de 2,45%. Para Alarico Assumpção Jr, presidente da Fenabrave, os resultados não foram melhores em função da greve dos caminhoneiros, que impactou negativamente nas vendas do mês de junho e nos índices de confiança dos investidores e consumidores. “Os impactos ainda devem se refletir nos resultados dos próximos meses”, alertou Alarico.

 

Automóveis e Comerciais Leves

 

Os segmentos de automóveis e comerciais leves, somados, encerraram o primeiro semestre com 1.127.217 unidades vendidas, o que representa crescimento de 13,71% no comparativo com o mesmo acumulado de 2017.

 

Considerando apenas o resultado de junho, as 195.066 unidades comercializadas representam 3,18% de crescimento em relação a junho do ano passado, e aumento de 0,08% sobre maio deste ano. “As vendas diárias, em junho, tiveram média de 9.289 unidades, contra 9.281 unidades em maio”, comentou Assumpção Júnior. Vale ressaltar, que maio e junho tiveram 21 dias úteis.

 

Assumpção Jr comentou que o “resultado mais negativo da greve foi o aumento do sentimento de insegurança do consumidor em adquirir bens duráveis, como um carro”, concluiu.

 

Outros Segmentos

 

O mercado de caminhões registrou alta de 50,71% no primeiro semestre de 2018 sobre mesmo período de 2017, somando 32.338 unidades vendidas.

 

Em junho, os 5.731 caminhões negociados representaram crescimento de 37,14% sobre idêntico mês de 2017, e aumento de 0,24% em relação a maio de 2018.

 

Segundo Sérgio Zonta, Vice-Presidente da Fenabrave para os Segmentos de Caminhões e Implementos Rodoviários, houve um expressivo aumento nos níveis de financiamento, principalmente pela oferta dos bancos privados e ligados às fabricantes, o que tem contribuído, significativamente, para essa retomada. “Além disso, verificamos uma queda acentuada na inadimplência e, mesmo com as recentes revisões do PIB, as perspectivas para o segmento continuam positivas, até porque a base de comparação com anos anteriores ainda é muito baixa”, comentou.

 

O segmento de Implementos Rodoviários registrou alta de 79,80% no acumulado do semestre frente a igual período do ano passado, totalizando 20.019 unidades, contra 11.134 unidades de 2017. Em junho, as vendas somaram 3.776 unidades, marcando alta de 71,64% em relação ao mesmo mês de 2017 e 4,66% acima do volume de maio de 2018. Na avaliação de Zonta, este desempenho está relacionado à necessidade de renovação dos equipamentos.

 

A greve de caminhoneiros provocou vários problemas ao segmento de motocicletas. “Não houve transporte de motos de Manaus, o que desabasteceu as concessionárias”, avaliou Carlos Porto, Vice-Presidente da Fenabrave para o segmento de duas rodas. Apesar dos impactos negativos da greve, realizada em maio, os dados mostram que o mercado cresceu 6,93% no primeiro semestre de 2018, ante o mesmo período de 2017, somando 456.889 unidades.

 

Em junho, como reflexo da greve, foram vendidas 74.089 motocicletas, registrando queda de 8,83% sobre o volume de maio deste ano, mas 3,22% acima das vendas registradas em junho de 2017.

 

Para o segmento de Tratores e Colheitadeiras, os dados da Fenabrave mostram que foram vendidos, no atacado, de janeiro a maio, 14.249 unidades, retração de 12,34% ante igual intervalo do ano passado. Na mesma comparação, as vendas no varejo caíram apenas 0,6%. Contudo, segundo Marcelo Nogueira, Vice-Presidente da Fenabrave para estes segmentos, as perspectivas são positivas para o segundo semestre. “A inadimplência é a menor do setor, em torno de 1,5%, e os estoques caíram 18,23% nas concessionárias nesse período. Temos de lembrar, ainda, que a greve dos caminhoneiros também prejudicou a entrega de máquinas aos produtores rurais”, explica Nogueira, que reforçou os pontos positivos do Plano Safra 2018/2019 que, também, devem contribuir para o crescimento das vendas de tratores e colhetadeiras nos próximos meses, como a queda na taxa de juros e a ampliação do volume disponível para os produtores rurais.

 

Revisão das Projeções para 2018

 

Diante do novo cenário econômico brasileiro, afetado pela greve dos caminhoneiros e pelo início da Copa do Mundo de Futebol, a Fenabrave revisou, pela segunda vez, as projeções para o Setor da Distribuição de Veículos em 2018.

 

Considerando as vendas de todos os segmentos somados (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus e implementos, motocicletas, tratores e colhetadeiras), a entidade projeta, para este ano, alta de 9,8% sobre 2017, totalizando 3.420.259 unidades. Anteriormente, a entidade estimava aumento de 13%.

 

A nova projeção da Fenabrave para os segmentos de Automóveis e Comerciais Leves aponta para crescimento de 9,7% em 2018, chegando a 2.383.184 unidades. Em março, a entidade estimava que os segmentos cresceriam 15,2% no ano.

 

Com a revisão das projeções, o segmento de Caminhões deve registrar alta de 24,8% nas vendas este ano, atingindo 65.000 unidades. Em janeiro, as projeções divulgadas indicavam crescimento de 17%.

 

A Fenabrave projeta, para o segmento de Ônibus, retração de 4,1%, em função do ano eleitoral, o que reduz o total a ser comercializado para 14.480 unidades. Em março, a projeção era de 3,3% de crescimento.

 

Para Implementos Rodoviários, o novo índice de crescimento projetado é de 58,6%, com 40.615 unidades, contra 41% de alta, anteriormente prevista.

 

A entidade também está revendo a projeção para o mercado de Motocicletas que, com a retomada dos níveis de renda pelas classes C e D, que formam a maior parte dos consumidores de motocicletas de baixa cilindrada, deve passar para 7,7% de crescimento, ante os 6,5% estimados anteriormente. Com a nova previsão, o total de motocicletas vendidas deve chegar a 916.980 unidades.

 

Os segmentos de Tratores e Colhetadeiras, que não têm emplacamentos, devem manter estabilidade com relação ao ano passado. Por isso, a entidade manteve sua estimativa de crescimento no patamar de 0,24%, devendo totalizar 41.600 unidades. (Tribuna do Norte/Fernando Siqueira)