Prazo para acordo comercial Mercosul-UE é agosto, diz ministro de Comércio Exterior

Reuters

 

As negociações entre Mercosul e União Europeia estão avançadas e um acordo está prestes a acontecer, disse na última sexta-feira o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge de Lima, alertando que o prazo limite para que um pacto seja firmado é agosto.

 

O ministro ressaltou que no começo de julho haverá mais rodadas técnicas entre representantes dos dois blocos para avançar mais em pontos que ainda não foram totalmente concluídos. Ele citou como exemplos discussões geográficas, definição do critério de origem dos produtos, transporte marítimo das mercadorias que serão transacionadas pelas partes e indústria automotiva.

 

“Meu deadline é até agosto para o acordo político”, afirmou Lima. Segundo ele, se o acordo for fechado e anunciado até agosto, a redação técnica do pacto comercial levará alguns meses e só deve ser concluída no fim do ano.

 

A perspectiva é que os termos do acordo só sejam aprovados na próxima legislatura, ou seja, pelo Congresso que será eleito este ano. Mas as eleições no Brasil e em países da Europa, que também enfrentam outros desafios internos, são potenciais obstáculos à conclusão das negociações.

 

“Salvo se a comunidade europeia não quiser, sai o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia”, disse Lima, sem entrar em detalhes sobre o acordo que está sendo costurado entre os blocos.

 

O ministro de Relações Exteriores, Aloysio Nunes, deu um tom menos otimista para o resultado do acordo. Segundo ele, não se deve esperar um pacto comercial muito ambicioso.

 

Nunes afirmou que o acordo deve ter bases similares às parcerias comerciais firmadas entre a UE e países como Canadá, México e Japão. O ministro ainda ressaltou que o bloco europeu reúne muitos países, o que torna o fechamento do acordo mais complexo.

 

“A União Europeia é um bicho politicamente esquisito”, disse, acrescentando que os países que ancoram o bloco vivem momentos difíceis. Nunes observou que a Alemanha enfrenta problemas políticos ligados à imigração e a França tem um “protecionismo selvagem na área agrícola”, que o Mercosul e o Brasil têm muito interesse.  (Reuters/Rodrigo Viga Gaier)