O Estado de S. Paulo
Como parte do plano de ampliar sua atuação no mercado externo, a Volkswagen do Brasil acertou a exportação de 5 mil peças de carro para uma das fábricas do grupo na Alemanha, na cidade de Chemnitz. O lote diz respeito a uma peça chamada virabrequim, também conhecida como “árvore de manivela”. O item, que ajuda no funcionamento do motor a combustão, também é produzido pela Volkswagen da Alemanha. No entanto, por falta de capacidade para produzir a quantidade que necessita, os alemães acionaram a filial brasileira para suprir a demanda.
É a primeira vez que a Volkswagen do Brasil exporta esta peça para os alemães. Até então, produzia apenas para consumo no mercado interno. A fabricação desta peça, que ocorre na fábrica de São Carlos, começou no final de 2016. Antes disso, o Brasil importava o item da Alemanha.
Como se trata de uma exportação para compensar uma falta de capacidade na Alemanha, a Volkswagen informou que o lote de virabrequins é um contrato isolado, pelo menos por enquanto. A montadora lembrou que, em geral, antes de alguma exportação se tornar recorrente, ela começa com lotes pontuais.
A filial brasileira tem feito um esforço para aumentar suas exportações, tanto de veículos quanto de peças. A ideia é reduzir a dependência do mercado interno, para que a empresa não fique tão vulnerável a crises, como ocorreu durante a última retração das vendas de veículos, que reduziu o mercado à metade entre 2013 e 2016.
Na última quinta-feira, 22, o presidente da empresa para a América do Sul, América Central e Caribe, Pablo Di Si, disse que a filial brasileira, que hoje exporta para 15 países da América Latina, tem como meta ampliar os seus mercados, para chegar a vender a algo entre cinco a dez países fora da região nos próximos anos. Entre os principais alvos estão países da África e do Oriente Médio.
Das principais montadoras instaladas no Brasil, a Volkswagen é a que mais exporta. Foram 163 mil veículos vendidos ao exterior no ano passado, crescimento de 52% em comparação com 2016. Principal destino, a Argentina recebeu 110 mil deles. (O Estado de S. Paulo/André Ítalo Rocha)