O Estado de S. Paulo
Montadora que enfrentou a maior queda nas vendas durante a crise econômica no Brasil, a Volkswagen tem se mostrado otimista quanto ao desempenho do mercado nacional em 2018 e nos próximos anos. “A crise já faz parte de um passado pré-histórico”, afirmou nesta quinta-feira, 22, o presidente da empresa para a região da América do Sul, América Central e Caribe, Pablo Di Si, antes de participar de evento de lançamento da nova versão da picape Amarok, na capital paulista.
“Desde o segundo semestre do ano passado, as notícias são de retomada, os resultados estão melhores e a tendência é de alta”, acrescentou, dessa vez no discurso que marcou o lançamento do carro. “Em 2017, o mercado já apresentou crescimento nos volumes de produção, vendas e exportação. Em 2018, está claro o início de uma retomada, o retorno da indústria para um ciclo positivo”, afirmou também.
O executivo citou que, como um primeiro sinal de que 2018 será um ano de crescimento mais robusto, as vendas em janeiro cresceram 22% em relação a igual mês do ano passado, no segmento de veículos leves. O resultado parcial de fevereiro, segundo ele, aponta queda de 2% em relação a igual intervalo de fevereiro do ano passado, mas o desempenho deste ano é prejudicado pelas datas do Carnaval. A projeção do executivo para o mês fechado é de crescimento de 18% a 20%. Para o ano inteiro, é de expansão de 15%.
O presidente da empresa também comentou a indefinição em torno de Rota 2030, política do governo para o setor automotivo que deveria ter entrado em vigor no dia 1 de janeiro deste ano, no lugar do Inovar-Auto, que expirou no dia 31 de dezembro de 2017. Segundo ele, independentemente do que aconteça com o Rota 2030, os investimentos anunciados pela Volkswagen, que são de R$ 7 bilhões até 2020, não serão afetados.
O atraso do Rota 2030 se deve a divergências no governo sobre como deverá ser a tributação dos carros, de modo a gerar um incentivo fiscal de R$ 1,5 bilhão para as montadoras. Apesar de garantir que os investimentos da Volkswagen não serão afetados, o executivo disse que o lançamento do programa é importante para gerar ganhos tecnológicos para o setor no Brasil, como ocorreu no período do Inovar-Auto. (O Estado de S. Paulo/André Ítalo Rocha)