O Dia
Sem mexer na receita que vem dando certo há tempos, a linha 2018 do Honda Fit ganha sobrevida com a inclusão de itens de segurança, comodidade e suaves mudanças no design. Durante uma semana, o DIA testou no difícil trânsito urbano do Rio a versão EXL, topo de linha do modelo, que custa R$ 80 mil. Apesar do preço salgado, o que tem sido normal no mercado automotivo brasileiro, a atualização traz boas novas para o monovolume da marca japonesa.
Durante a avaliação, não houve dificuldades para utilizar o carro nas variadas tarefas do dia a dia. Graças ao motor, as retomadas não tiveram falta ou sobra de potência. O que é positivo, se levarmos em consideração a proposta do modelo.
A suspensão do Fit é firme e transmite as imperfeições das ruas esburacadas da cidade sem tornar a viagem desconfortável. Na avaliação, o caro rodou mais de 200 km e alcançou uma média de consumo de 10,6 km por litro da gasolina. Como não houve circulação em estrada, o consumo é considerável.
Há um diferencial no modelo. O rebatimento dos bancos se mostrou funcional quando foi necessário carregar algumas tralhas. Pois, com a retração dos assentos traseiros, chamados de ULTRa Seat, a capacidade do porta-malas, que já era de 363 litros, se expande para impressionantes 1.045. O número é similar ao de alguns utilitários.
No mais, o Fit é regular e ótimo de dirigir, mas possui alguns pontos negativos. O vazamento de som do motor para seu interior nas arrancadas, nem tanto vigorosas, pode incomodar alguns proprietários. Assim como a utilização de plástico duro em todo o painel e molduras de porta. No entanto, apesar de ter um valor que supera os R$ 80 mil, a qualidade do serviço de pós-venda, garantia de três anos sem limite de quilometragem e baixa desvalorização, pesam positivamente para o modelo.
Novidades da linha
Mais seguro, o novo Fit tem seis airbags. Dois frontais e quatro de cortina (disponíveis a partir da versão EX). Outra novidade da linha é que todas as configurações ganharam controle de tração e estabilidade, além de assistente de partida em rampa. Os itens, que já eram aguardados, aumentam a segurança, assim como o isofix, o cinto de três pontas e apoio de cabeça para os passageiros que viajam atrás.
Já na parte visual, as mudanças na dianteira foram sutis, mas deixam o carro mais elegante e tecnológico. Foram alterados o conjunto óptico, agora com luzes diurnas e farol alto e baixo em LEDs, a grade frontal, que passa a ser em blackpiano com detalhes cromados, o símbolo da marca e as molduras dos farois de neblina. Vale ressaltar que o conjunto todo em LED só está disponível na versão testada, a EXL.
As atualizações mais significativas estão na traseira do compacto. O modelo está equipado com um novo para-choque, que garante mais distância em relação à tampa do porta-malas, que antes era muito rente ao ponto extremo da peça. A mudança é importante, pois desde a sua primeira versão, lançada em 2003, eram comuns as reclamações de donos do Fit sobre a ocorrência de danos na quinta porta quando manobravam.
Em relação à estética do veículo, o novo design do para-choque chama mais atenção do que os extensores das lanternas traseiras, que deixam de ser meros adereços ou defletores e passam a sinalizar as freadas.
Graças às novas dianteira e traseira, o monovolume da Honda ganhou 9,29 centímetros. Agora são 4 metros de comprimento, 1,69 de largura e 2,53 de entre-eixos. O espaço é suficiente para que três pessoas viajem atrás sem aperto.
Sob o capô, nada de novidades. Todas as versões do Fit são equipadas com o conhecido motor 1.5 flex de 115 cv (gasolina) e 116 (etanol), que geram o torque máximo de 15,3 kgfm. O propulsor é combinado ao câmbio CVT e direção elétrica que, reajustada para a nova linha, está mais direta. As rodas da versão EXL têm duas cores e são de liga leve 16 polegadas.
Interior refinado
No interior, tela multimídia de 7” sensível ao toque, com auxiliar de navegação GPS e conectividade com Apple CarPlay e Android Auto. Durante o teste, apesar da facilidade de utilização das opções presentes no item, algumas funções apresentaram lentidão. Ainda em relação aos acessórios de conforto, o ar-condicionado digital com comandos em tela sensível ao toque, exatamente como nos HR-V e City, deixou o visual mais refinado.
Para confirmar a aptidão de carro urbano, a configuração também oferece retrovisores externos rebatíveis eletricamente, controle de cruzeiro e câmera de ré multivisão com três ângulos: traseira, angular e de cima para baixo. Os bancos são revestidos em couro. Nas demais partes, é utilizado tecido. Na versão EXL, há também um porta trecos escondido sob o apoio de braços. (O Dia/Lucas Cardoso)