Jornal do Carro
Uma investigação nos Estados Unidos aponta a possibilidade de a Mercedes-Benz ter adulterado softwares de seus modelos a diesel. As modificações teriam ajudado os carros a serem aprovados em testes de emissão de gases poluentes. As informações são do jornal alemão Bild.
De acordo com a publicação, os investigadores encontraram nos modelos a função de gerenciamento de motor chamada “Slipguard”, programada para assumir que o carro está sendo testado em um laboratório.
Com acesso a documentos oficiais, o jornal informou ainda que outra função, chamada “Bit 15”, foi encontrada nos carros. Esta servia para desligar a limpeza de emissões após cerca de 25 km de condução.
O software teria ajudado a reduzir a aplicação do fluido AdBlue, que ajuda a eliminar os gases mais poluentes. Isto permitia que os modelos a diesels da marca emitissem até dez vezes mais óxidos de nitrogênio (NOx) que os níveis legalmente permitidos. A publicação alemã citou e-mails de engenheiros da Mercedes que questionavam se essas funções de software eram legais.
O jornal Automotive News informou que um porta-voz da Daimler se recusou a comentar as descobertas. Segundo ele, a montadora está cooperando com a investigação. “As autoridades conhecem os relatórios e nós não recebemos nenhuma reclamação”, disse o porta-voz. “Os documentos que o Bild teve acesso, certamente, foram passados de forma seletiva para prejudicar a Daimler e seus 290 mil funcionários”.
Em 2016, proprietários de carros a diesel da Mercedes abriram uma ação coletiva contra a montadora nos Estados Unidos. O grupo alega que a fabricante “enganou seus clientes, deliberadamente, programando seus veículos BlueTEC para liberar níveis ilegais de emissões em praticamente todas as condições de condução do mundo real”. (Jornal do Carro)