Projeto de Lei propõe revisões de veículos fora das redes autorizadas com garantia

AutoIndústria

 

Tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que assegura que um veículo pode, sim, ter suas revisões e manutenções realizadas em oficinas não credenciadas pelas montadoras sem, contudo, perder a garantia original de fábrica.

 

De autoria do deputado fluminense Alexandre Valle, o PL 9074/17 propõe que as oficinas não autorizadas substituam os componentes e realizem verificações e procedimentos previstos pela montadora. A comprovação se daria mediante notas fiscais anexadas posteriormente ao manual de garantia do veículo.

 

De acordo com o parlamentar, em entrevista à Agência Câmara, hoje os clientes são “obrigados fazer as revisões em oficinas autorizadas, as quais lhes impõe valores surreais”.

 

O PL será avaliado ainda, mas já de forma conclusiva, pelas comissões de Defesa do Consumidor, de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços, de Constituição e Justiça, e de Cidadania.

 

Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave, a associação que congrega os concessionárias de veículos de todo o País, espera que o projeto seja rejeitado pela Câmara dos Deputados. O dirigente recorda inclusive que a Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio já rejeitou proposta semelhante.

 

A entidade considera o texto “pernicioso e prejudicial, sob vários aspectos, tanto aos consumidores como às marcas automotivas”. A garantia concedida pelos fabricantes de veículos, argumenta a Fenabrave, “só tem sentido de ser mantida se esses veículos cumprirem as etapas de revisão de fábrica contratadas, o que comprovará que eventuais problemas não foram causados por mal uso ou erros de manutenção realizada por terceiros não credenciados”.

 

“O maior prejudicado será, efetivamente, o consumidor, que perderá a garantia de contar com a expertise técnica de profissionais treinados e especializados na marca do veículo adquirido, e da utilização de peças de reposição e produtos homologados e garantidos pelo fabricante”, pondera o presidente da Fenabrave. (AutoIndústria)