A Tarde
O Chevrolet Onix e o sedã Prisma realizaram novos teste de colisão da Latin NCAP. Com estrutura reforçada na lateral, o resultado subiu para 3 estrelas, o máximo que podem receber sem que tenham controle de estabilidade. O hatch havia zerado no crash-test do ano passado, por conta do desempenho no impacto lateral – as portas abriram e a coluna B não aguentou o impacto. Com o péssimo resultado, a General Motors reforçou a estrutura tanto do Onix quanto do sedã Prisma e entregou para um novo teste no Latin NCAP.
No impacto frontal, o desempenho foi próximo ao do teste anterior. O hatch ainda apresenta proteção fraca para o peito do motorista em impactos frontais e laterais. No banco traseiro, ainda há cinto abdominal apenas para o ocupante do meio, limitando a proteção desse passageiro.
Quando os resultados negativos foram divulgados ano passado, a GM não escondeu a preocupação com o seu veículo. Na ocasião, a montadora limitou-se a dizer que o carro atendia as exigências de segurança impostas pela legislação brasileira (e isso vai mudar em breve, vide abaixo). Em entrevistas, executivos sequer respondiam as perguntas sobre o assunto mas em setembro do ano passado a GM confirmava que faria mudanças para melhorar os resultados ao mesmo tempo que investiria R$ 1,4 bilhão para desenvolver uma nova geração do compacto, que é vendido apenas na América do Sul e na Colômbia usando a plataforma GM Global Small Vehicle Platform (Gamma). O novo modelo é confirmado para 2019 e deverá estrear motorização três cilindros, tecnologia que a Chevrolet segue devendo em relação aos concorrentes.
Segundo a montadora, as melhorias na segurança estão presentes nas unidades produzidas a partir de 15 de janeiro de 2018. O Onix também ganhou fixações Isofix para cadeirinhas e um novo sistema de cinto de segurança para o motorista.
Nova Lei a partir de 2020
Episódios como o do Onix já tem data para terminar em final feliz. Justiça seja feita, o Chevrolet tem um passado nebuloso quanto a segurança mas Ford Ka também zerou no crash test do Latin NCap e o Fiat Mobi recebeu apenas uma estrela na avaliação.
A resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que valerá a partir de 2020, exige que todo novo veículo à venda no mercado brasileiro passe pelo crash test no período de homologação. Se o carro não tiver condições de segurança nos impactos frontais e laterais, fixação para cadeirinhas Isofix e cintos de segurança de qualidade, não poderão ser vendidos.
Nos Estados Unidos, testes de colisão são utilizados como referência de segurança desde 1979 embora os primeiros testes tenham começado ainda nos anos 1950. Em 1997, o NCAP foi fundado em Bruxelas, na Bélgica, e passou a ser usado como padrão voluntário pelas montadoras na União Europeia. A edição latino-americana dos testes começou a valer em 2010, quando a Europa já discutia itens mais avançados de segurança passiva mas só daqui a dois anos é que os testes de colisão serão obrigados por aqui. (A Tarde/Lhays Feliciano e Marcos Antonio Jr.)