Correio do Estado/Folhapress
O Salão de Detroit não é mais espalhafatoso como no passado, mas ainda tem momentos como a aparição surpresa de Arnold Schwarzenegger na apresentação do novo Mercedes Classe G.
O foco do evento, que está aberto ao público até o próximo domingo (28), são os carros que estarão nas lojas neste ano – inclusive no Brasil, que em 2017 iniciou a retomada do setor automotivo após quatro anos de queda nas vendas.
O utilitário de luxo BMW X2 estreia no Brasil no terceiro trimestre, importado da Alemanha. Já o sedã médio mexicano Volkswagen Jetta tem chance de chegar antes, no fim do primeiro semestre.
Motores grandes
Um carro produzido há 50 anos está entre os mais fotografados no Salão de Detroit 2018. O Ford Mustang 1968, um dos dois usados no filme “Bullitt”, mostra o quanto os americanos idolatram a história de seus carros V8.
Essa cultura é refletida nos principais lançamentos do evento. As picapes RAM 1500 e Chevrolet Silverado preservam motores parrudos e gastadores de gasolina. A evolução permite redução no consumo, mas sem ousadias para não espantar o público.
O contraponto surge em carros conceituais apresentados pelas fabricantes japonesas, que oferecem propulsão elétrica ou a promessa de motores “inteligentes”. No entanto, são alternativas que só devem se tornar realidade depois de 2020.
O mais ousado desses modelos é o protótipo Lexus LF-1 Limitless, um utilitário esportivo autônomo que pode ser híbrido ou elétrico. Além da leitura das coordenadas, seu sistema GPS considera também o tempo de viagem.
Ao detectar atrasos no caminho, o navegador é capaz de adaptar a rota e sugerir pontos de parada para descanso ao longo da via ou em localidades próximas.
Jeff Bracken, gerente-geral da Lexus nos EUA, faz o discurso padrão das montadoras diante desse tipo de novidade. Ele afirma que o LF-1 serve para testar a reação do público diante de novas tecnologias, sem revelar as possibilidades de lançamento.
Mas não há muitas dúvidas: as linhas do conceito estarão presentes na próxima geração de utilitários da marca, e os motores não poluentes ainda conviverão com opções convencionais quando o modelo virar realidade. (Correio do Estado/Folhapress/Eduardo Sodré, o jornalista viajou a convite da Ford)