Jornal do Carro
Nas ruas das grandes cidades brasileiras, a esmagadora maioria dos carros é preta ou prata, por opção dos consumidores – que acreditam que essas cores terão maior aceitação no mercado de usados. Já no Turcomenistão, uma antiga república soviética em que 89% da população segue os preceitos do islamismo, todos os veículos autorizados a circular pela capital Asgabate são brancos – por imposição do governo local.
A curiosa medida, que teve início nos primeiros dias de 2018, sucedeu uma decisão de 2015 que vetou a importação de carros pretos para o país centro-asiático, que faz fronteira com o Irã e o Afeganistão. Desta vez, porém, o alvo são os veículos de todas as cores que não sejam a branca. Os carros simplesmente desaparecem, sem a ciência dos donos; depois, descobre-se que eles foram rebocados pela polícia e levados até um pátio mantido pelas autoridades.
De acordo com o site local Chronicles of Turkmenistan, para recuperar os veículos os proprietários são obrigados a assinar um documento em que se comprometem a repintá-los na cor branca, ou simplesmente deixar de rodar com eles.
O efeito colateral imediato da medida foi a disparada no preço do serviço de repintura automotiva no Turcomenistão. “Quando fui à oficina, pediram 7.000 manats (equivalentes a R$ 6.300) para repintar meu carro. E disseram que, na semana seguinte, o preço subirá para 11.000 manats (R$ 10.000)”, disse o proprietário de um carro preto à Radio Free Europe. “Meu salário é de apenas 1.000 manats, ou seja, mesmo se eu não gastar um centavo em qualquer outra coisa, terei que gastar praticamente o que eu ganho em um ano para repintar o carro.”
Supersticioso
Até agora, o governo do Turcomenistão não emitiu nenhum comunicado oficial que justifique o que está por trás dessa lei tão extravagante. O que se sabe, informalmente, é que o presidente do país, Gurbanguly Berdymukhammedov, é uma pessoa muito supersticiosa e o branco é sua cor favorita. Quando a importação de carros pretos foi proibida, em 2015, oficiais da alfândega declararam que a cor branca era uma cor que trazia sorte. (Jornal do Carro)