O Estado de S. Paulo/Bruno Capelas
Se depender da montadora japonesa Toyota, no futuro, não serão as pessoas que irão até às lojas, mas sim o contrário. Na manhã desta segunda-feira, 8, a empresa apresentou na Consumer Electronics Show (CES), feira de tecnologia que acontece esta semana em Las Vegas, um novo conceito de carro. Trata-se do furgão sem motorista e-Palette, que poderá ser customizado por empresas e usuários para transporte de passageiros, entrega de comida, um quarto de hotel ou até mesmo ser uma loja portátil sobre rodas.
Com tamanhos que variam entre quatro e sete metros de comprimento, o veículo, elétrico e capaz de se dirigir sozinho, ainda é um conceito – a meta da Toyota é colocá-lo em testes em grandes eventos nos próximos anos, como os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. “A ideia do e-Palette é aumentar a produtividade do usuário. Com ele, o tempo de viagem não é mais o tempo de dirigir, mas do que a pessoa quiser”, disse Akio Toyoda, presidente da Toyota, durante a apresentação.
Segundo o executivo, o veículo poderá usar o sistema de direção autônoma da Toyota ou a plataforma que o usuário desejar – algo que pode vir a calhar para alguns dos parceiros revelados pela empresa para o projeto, como o Uber ou a chinesa Didi, que comprou na semana passada a startup brasileira de transporte por aplicativo 99. Quem também está entre os parceiros da Toyota para o projeto é a Amazon – que facilmente pode usar o conceito de loja de demonstração sobre rodas – e a Pizza Hut.
O e-Palette é parte do projeto da Toyota para se redefinir como uma empresa de mobilidade, deixando para trás a ideia de ser somente uma montadora de carros. “No futuro, serão as plataformas que vão importar, qualquer que seja o hardware ou o software. Nossos competidores já não fazem mais carros: são empresas como Google, Apple e Facebook”, disse Toyoda durante a conferência, que durou pouco mais de 20 minutos, em Las Vegas.
Não é o primeiro esforço da empresa nesse sentido: no ano passado, a companhia revelou o Concept-i, carro-conceito que não só deve dirigir sozinho, mas também conversa com o usuário e entende suas emoções. O veículo não tem previsão de chegada ao mercado. (O Estado de S. Paulo/Bruno Capelas, jornalista viajou a convite da Consumer Technology Association – CTA)