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A produção industrial se recupera de forma gradual e com crescimento mais disseminado, informou na última sexta-feira (05) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O horizonte de agora em diante, segundo analistas, é de uma interrupção da série negativa dos últimos anos.
De acordo com a Rosenberg Associados, a indústria segue em recuperação, lenta e gradualmente. “Vamos deixando o fundo do poço para trás e, melhor ainda, com retomada da produção de bens de capital. O índice de difusão também confirma a recuperação, que deve continuar nos próximos meses”, avalia a consultoria em relatório.
Segundo dados do IBGE, em novembro o setor industrial assinalou expansão de 4,7% na comparação anual, com resultados positivos em todas as quatro grandes categorias econômicas e 20 dos 26 ramos analisados. Já nos nove primeiros meses de 2017, o setor industrial registrou avanço de 2,3% em relação a igual período do ano anterior.
Tanto em novembro quanto no acumulado do ano, o segmento de veículos puxou a alta da produção industrial. Outras contribuições positivas relevantes para o setor em novembro foram metalurgia (10,3%), produtos alimentícios (2,4%), farmoquímicos e farmacêuticos (8,0%), máquinas e aparelhos e materiais elétricos (7,9%). Na direção oposta, dentre as seis atividades que tiveram recuo em relação a novembro de 2016, a principal contribuição negativa foi de produtos diversos (-9,0%).
“O patamar de produção [de novembro] é o melhor desde outubro de 2015. Isso dá uma mostra da melhora que estamos experimentando; trata-se de uma informação relevante, porque a indústria vem mês a mês recuperando perdas do passado”, ponderou o gerente da Coordenação de Indústria do IBGE, André Macedo.
Conforme o pesquisador, a produção tem sido impulsionada pelo incremento das exportações. No setor automotivo, por exemplo, os embarques foram decisivos para o desempenho das fábricas das montadoras ao longo de 2017.
Macedo acrescenta que o setor industrial obteve ganhos devido à melhora da demanda doméstica, que foi puxada pela queda da inflação e aumento da ocupação no mercado de trabalho. “Mas o País ainda está longe de recuperar todas as perdas que a economia como um todo apresentou nos últimos anos”, pontua. (DCI/Juliana Estigarríbia)