Scania amplia venda de serviços conectados

DCI 

 

A Scania está ampliando a venda de serviços conectados aos clientes da marca no País. Desde o início deste ano, a montadora já comercializou acima de 6 mil pacotes de um programa que promete reduzir em até 80% o tempo do caminhão parado na concessionária para reparos.

 

Esse tipo de serviço, de acordo com a companhia, é um dos grandes diferenciais para que o cliente escolha a marca, e não a concorrência, porque o caminhão é um bem de capital e precisa rodar – diferentemente do veículo de passeio.

 

“O uso do ativo tem que ser otimizado. O caminhão não pode ficar parado”, afirmou ao DCI o diretor de serviços conectados da Scania, Fábio Souza.

 

O executivo conta que serviços conectados têm se tornado uma “commodity” no mercado de veículos pesados. “As montadoras coletam os dados dos clientes, mas muitas vezes não sabem o que fazer com isso”, destaca.

 

A ideia do produto, segundo a Scania, é antecipar paradas antes que sejam necessárias. “Os dados são enviados para as concessionárias, que entram em contato com o cliente e agendam a visita. Dessa forma, a oficina é preparada com antecedência, o que evita tempo desnecessário de espera e até indisponibilidade de horário”, explica o gerente de serviços conectados da montadora, Alex Barucco.

 

O veículo que possui o sistema de serviços conectados envia para a concessionária um relatório sobre o que precisa ser feito com 14 dias de antecedência. “Com isso, o cliente consegue se preparar e a rede também. Conseguimos redução de até 80% do tempo do veículo parado”, diz Souza.

 

Ele lembra, porém, que já é praxe das montadoras oferecer programas de manutenção que o cliente já sabe quanto vai pagar. “Mas no modelo de serviços conectados da Scania, o proprietário só vai pagar o quilômetro rodado”, garante.

 

O programa promete ainda identificar padrões do motorista, como estilo de condução, velocidade média, consumo de combustível e intervalos de manutenção. “Diferentemente de outros serviços do tipo, o próprio programa atualiza o custo de manutenção. Isso porque nem sempre o cliente roda o tanto que ele pagou no plano mensal convencional.”

 

O executivo pontua ainda que, na crise, o proprietário passou a contabilizar os custos de maneira muito mais assídua. “Se há um descasamento entre custo e receita, o cliente só vai pagar pelo que ele realmente usou”, esclarece.

 

No Brasil, a Scania atua nas categorias de caminhões pesados e semi-pesados, onde a competição é extremamente acirrada. As marcas são bastante tradicionais, incluindo Volvo, Mercedes-Benz e MAN Latin America.

 

Souza explica que, neste cenário, a montadora não pode simplesmente vender caminhões. “O uso do ativo precisa ser muito racionalizado. O caminhão não pode ficar parado um dia sequer, senão o cliente perde receita”, detalha.

 

Ele relata que a Scania levou dois anos para desenvolver o programa. “Levamos todo esse tempo porque tivemos que implantar todos os processos nos concessionários.”

 

Os executivos destacam, porém, que há uma limitação para instalar o serviço em veículos mais antigos. “Caminhões produzidos antes de 2012 não têm cabeamento para os serviços conectados, mas eu não diria que essa é uma barreira intransponível”, relata Souza.

 

A montadora projeta que, a partir de agora, pelo menos 50% dos novos caminhões da Scania já devam sair de fábrica com o plano flexível, que prevê monitoramento pelos serviços conectados. “Conectividade hoje é uma commodity. Mas os benefícios trazidos pelo nosso produto se traduzem em rentabilidade de fato ao transportador”, assegura Barucco. (DCI/Juliana Estigarríbia)