Jornal do Carro
A paixão do engenheiro Luiz Eduardo de Branco por jipes foi o gatilho para o início de uma coleção de cinco veículos clássicos. O mais recente chegou à sua garagem no último Dia dos Pais, em agosto, e é o que tem maior valor afetivo. Trata-se de um carro idêntico ao que marcou sua infância, um cupê Chevrolet Deluxe 1941.
A coleção do engenheiro começou com um Jeep Willys 1964, que ele comprou em 2008 e, com a ajuda da neta mais velha, Ilka, reformou inteiro. “Foi a Ilka que escolheu a cor (verde militar”, conta. Dois anos depois, Branco ganhou dos filhos um Ford Modelo A 1928 e, a partir daí, começou a aumentar sua coleção – que tem também um Fusca 1977 e um Mercedes-Benz 280S 1969.
O Chevrolet 1941 era sonho antigo, por se tratar do carro que o avô de Branco possuía. “Eu andava muito nesse Chevrolet quando tinha oito anos. A gente só andava no carro dele; era o único que conhecíamos”, diz o engenheiro de 62 anos. “Porém, nunca tinha dirigido um desses. O primeiro foi o meu.”
O clássico americano foi, mais uma vez, presente de seus filhos (Fabiana, Luiz e Fabíola), que o encontraram em São Bento do Sul (SC). Foi o presente de Dia dos Pais de Branco. “Não precisei fazer nada. Ele já veio nesse estado, com motor refeito”, conta. “Eu só gostaria de colocar direção hidráulica”, brinca.
Apesar da direção pesada, Branco conta que o carro é muito confortável e tem excelente trabalho de suspensão. O motor é um seis-cilindros em linha de 85 cv. Na versão de 1946, a potência aumentou para 90 cv. O câmbio é manual de três marchas. O cupê é capaz de atingir cerca de 130 km/h.
“Dá para ir facilmente com ele daqui (a cidade de Ituverava, no interior, a 410 km da capital) até São Paulo”, acredita. “Só é preciso checar água e óleo antes.” O Deluxe tem interior bem simples para os dias atuais, mas em perfeito estado. “O relógio ainda funciona”. O duas-portas tem dois bancos inteiriços, e é capaz de acomodar seis pessoas.
A única modernidade da cabine é uma adaptação para entrada USB feita no porta-luvas. “Eu coloco o pen drive e as músicas são projetadas no sistema de som no carro. Não dá para trocá-las”, conta. A trilha sonora escolhida pelo engenheiro? Uma coletânea de canções dos Beatles, para relembrar sua infância, nos anos 60.
Branco diz que, embora goste de todos os carros da coleção, o Chevrolet 1941 é seu preferido. Seu sonho, agora, é adquirir também Ford Tudor de 1936, um “carro de gângster”.
E dar início a uma coleção de calotas antigas, para as quais já reservou espaço em sua garagem, repleta de miniaturas automotivas e fotos de campeões da Fórmula 1 – com Ayrton Senna em destaque. (Jornal do Carro)