Montadora chinesa Chery quer vender 50% da operação no Brasil, incluindo fábrica de Jacareí

O Vale

 

Motivo seria a pouca rentabilidade do negócio e inclui fábrica de Jacareí; companhia emplacou 21,6 mil veículos no Brasil em 2011 e menos de 3.000 neste ano; Chery encerrou 2016 com uma receita de US$ 167,7 milhões e um prejuízo de US$ 256,9 milhões

 

A montadora chinesa Chery colocou à venda metade da sua operação no Brasil, que inclui a fábrica de Jacareí, inaugurada em 2014, rede de concessionárias e a operação de importação de veículos. O motivo seria a pouca rentabilidade do negócio, segundo divulgou a agência Autodata.

 

No último dia 11, a Chery anunciou na bolsa de valores de Anhui, na China, a intenção de vender 50,07% do capital social da subsidiária brasileira, cujo valor é avaliado em US$ 40,6 milhões.

 

Para abrir a fábrica em Jacareí, a primeira da marca fora da China, a montadora investiu US$ 400 milhões e produz atualmente os modelos Celer (hatch e sedã) e QQ.

 

A produção está paralisada desde 28 de setembro por conta de uma greve. A fábrica emprega cerca de 400 funcionários.

 

Em nota, a Chery do Brasil informou que não foi comunicada oficialmente sobre a intenção de venda publicada pela matriz na bolsa de valores da China. Por isso, “não vai comentar”.

 

Além das sucessivas greves – três somente neste ano e uma de 31 dias em 2015 -, os chineses foram surpreendidos pela retração do mercado nacional de veículos. Os carros da montadora não deslancharam no país como ela esperava.

 

A meta era produzir 150 mil veículos por ano e abocanhar 3% de participação no mercado brasileiro até 2018. A produção caiu para 10% da capacidade e a fatia de mercado foi de 0,17% em setembro.

 

Em 2011, a Chery emplacou 21,6 mil veículos no país, número que caiu para menos de 3.000 em 2017. Com isso, a companhia encerrou 2016 com receita de US$ 167,7 milhões e prejuízo de US$ 256,9 milhões.

 

Segundo a AutoData, a matriz se manterá como sócia minoritária no Brasil. A montadora receberá propostas até 7 de novembro. Um dos mais interessados seria o grupo Caoa, distribuidor das marcas Ford, Subaru e Hyundai no país. Guirá Borba Guimarães, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos, disse que a notícia da venda não pegou os trabalhadores de surpresa. (O Vale)