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UOL Carros pode dizer em primeira mão: a General Motors vai fabricar o SUV médio Chevrolet Equinox na Argentina, a partir de 2018. O modelo médio terá importante função na estratégia da empresa para o Mercosul e, no Brasil, terá a missão de iniciar a guerra pela liderança do segmento de SUVs contra Jeep Compass (líder geral no último mês) e Honda HR-V (ainda o mais vendido no ano). Essa guerra terá uma segunda batalha nos próximos anos, quando o próximo Tracker começar a ser feito no Brasil.
Informação obtida com fontes ligadas à marca pelo jornalista Fernando Calmon, colunista de UOL Carros, coincide com a fala do presidente da GM Mercosul, Carlos Zarlenga, de que haverá novos investimentos para Brasil e Argentina a serem anunciados “em breve”.
Anúncio oficial por parte da GM dos dois países será feito muito provavelmente nesta quinta-feira (12), iniciando pela Argentina, com a produção local do Equinox.
Para 2018, o modelo será feito exatamente igual nos dois países, aponta Zarlenga. Provavelmente terá motor flex para versões de entrada, considerando aumento esperado do teor de etanol na gasolina argentina nos próximos anos – a marca havia revelado em agosto que pretende fazer localmente os motores turboflex 1.4 de 150 cavalos (atualmente, chegam prontos da América do Norte).
Versão de topo do Equinox (chamada Premier) está em pré-venda desde o final de setembro por R$ 149.900, mas será importada do México para abastecer o mercado inicialmente. É equipada com motor 2.0 turbo de 262 cv e 37 kgfm, câmbio automático de nove marchas, tração intregral, controles de tração e estabilidade, faróis full-LED, teto panorâmico, rodas aro 19, banco do motorista com regulagem elétrica e memória, sistema multimídia com áudio premium e tela tátil com Android Auto e Apple CarPlay, carregamento de celular sem fio, ar-condicionado de duas zonas, além de itens semi-autônomos como alerta e assistente de manutenção de faixa e alerta de colisão com frenagem automática.
No futuro, a Argentina vai fabricar a Premier e também versões de base, que perdem alguns equipamentos, contam apenas com tração dianteira e motores turbo de menor capacidade. São com estas versões que podem ser vendidas na faixa dos R$ 100 mil que a GM espera bater o Compass.
É esperada pelo executivo, também, a recuperação do mercado brasileiro com índices de 8% a 10% nos próximos quatro anos e uma unificação das normas de segurança, emissões e combustíveis de Brasil e Argentina. Assim, a GM quer solidificar a liderança de mercado no Brasil tomando a frete de segmentos ainda desfavoráveis à empresa: SUVs; hatches e sedãs médios e carros de luxo/nicho inclusive com elétricos.
Como UOL Carros também já adiantou, o anúncio para a Argentina/Mercosul é complementar ao investimento já anunciado – que vai de R$ 3 bilhões a R$ 4,5 bilhões – para a renovação das linhas de montagem e adoção de novas plataformas nas unidades de São Caetano do Sul (SP), Joinville (SC) e Gravataí (RS).
Além da nova geração de Onix/Prisma, a renovação das unidades permitirá à GM fazer a nova geração do Chevrolet Tracker – outro modelo que atualmente é importado do México – no Brasil. Muito provavelmente, a tarefa caberá à unidade de São Caetano.
Feito localmente, sem entraves de cotas e/ou taxas, o Tracker terá poder de fogo para brigar pela liderança do segmento de SUVs pequenos.
Atualmente, os líderes de SUVs no Brasil são Honda HR-V (com 34.926 unidades emplacadas até setembro, segundo a Fenebrave) e Jeep Compass (34.526 unidades), sendo que o modelo da FCA liderou vendas no últimos mês, mesmo sendo maior e tendo versões mais caras que o modelo da Honda. (UOL Carros/Fernando Calmon, Eugênio Augusto Brito, André Deliberato)