Eficiência do etanol pode chegar a 75,4% em relação à gasolina, aponta estudo

Carsale

Cerca de 25 milhões de veículos flex circulam no Brasil desde o lançamento da tecnologia bicombustível no Volkswagen Gol 1.6 Total Flex, em 2003. Embora forneça mais energia e otimize o desempenho, o etanol aumenta o consumo do motor. A conta mais comum na hora de abastecer é que o combustível vegetal proporciona 70% da autonomia da gasolina e só é vantajoso caso custe 30% a menos.

Para desmistificar o uso do etanol, o Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) – responsável pelos testes de pista do Carsale há quase 20 anos – em parceria com a UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) realizou a Análise de Estatística de Desempenho e Performance de Combustíveis. De acordo com o professor Renato Romio, chefe da Divisão de Motores do IMT, o objetivo do estudo é mostrar que a autonomia apresentada pelos veículos em uso real pode ser diferente do valor mencionado no Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular do Inmetro (PBEV), baseado em testes de laboratório que não reproduzem as condições cotidianas na totalidade.

Os testes feitos entre janeiro e julho deste ano aferiram a relação média de desempenho entre o etanol e a gasolina em veículos de diferentes categorias, definidos pela popularidade em seus segmentos: Popular 1.0 (Fiat Uno MT), Popular 1.6 (Hyundai HB20 AT), sedã médio (Toyota Corolla 1.8 CVT) e SUV (Renault Duster 2.0 AT).

Os carros circularam 15 vezes em percursos urbano de 27 quilômetros e rodoviário de 30 quilômetros, seguindo o padrão de testes e análises do IMT em vias públicas. Os motoristas dos veículos foram submetidos a um treinamento para padronizar o modo de condução. Antes de cada ensaio, os carros passaram pela verificação da recirculação e descarga do combustível, receberam um medidor volumétrico de consumo, além das trocas de filtros e óleo lubrificante do motor, calibração dos pneus, balanceamento das rodas, entre outros procedimentos.

O desempenho médio do etanol nos veículos testados, avaliado por meio de análise estatística, variou de 70,7% a 75,4% em relação à gasolina comum, que contém 27% de etanol anidro em sua composição. Como referência, os valores do PBEV para os mesmos modelos variaram entre 66,7% e 72,1%. (Carsale)