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A indústria automotiva parece estar definitivamente mais confiante. Para 2018, montadoras projetam alta das vendas entre 10% e 20%, dependendo do segmento, o que pode trazer um retorno mais consistente do nível do emprego e até novos investimentos.
A atual líder do mercado brasileiro, a General Motors (GM), prevê vendas domésticas de 2,4 milhões a 2,6 milhões de unidades em 2018. Neste ano, os licenciamentos no País devem alcançar cerca de 2,2 milhões de veículos.
“Agora que a crise da indústria automotiva já passou, temos uma grande oportunidade para crescer”, afirmou onntem o presidente da GM para Mercosul, Carlos Zarlenga, durante o Seminário Autodata. A montadora anunciou, no início deste ano, R$ 4,5 bilhões em aportes para o Brasil até 2020.
Já o recém-empossado presidente da Volkswagen para América do Sul e Brasil, Pablo Di Si, acredita que a confiança tanto do consumidor quanto do empresário está em trajetória de expansão. “A economia brasileira vai continuar crescendo. Neste cenário, projetamos um crescimento anual de 10% das vendas totais de leves nos próximos quatro anos”, disse o executivo. Diante dessa perspectiva, a Volkswagen trabalha com um mercado de 2,8 milhões de automóveis e comerciais leves em 2020.
O vice-presidente da Ford, Rogélio Golfarb, acredita que o mercado brasileiro já começa a se recuperar. “Enxergamos um ponto de inflexão claro neste momento e, para 2018, projetamos um crescimento próximo de 10% das vendas de veículos”, arrisca o executivo.
No entanto, Golfarb alerta para o aperto do crédito, que pode ser um risco para uma retomada mais consistente das vendas no varejo. “Começamos a sentir uma melhora dos financiamentos, mas há uma necessidade maior de oferta de crédito”, afirma. “O desemprego continua alto e o custo do dinheiro também, o que tem contribuído para a seletividade dos bancos”, complementa.
O executivo acrescenta que o fornecimento para frotistas – as chamadas vendas diretas – têm segurado os resultados das montadoras. “Neste ano, as exportações e as vendas diretas vêm puxando o crescimento da indústria”, destaca.
No acumulado até setembro, as vendas totais do mercado cresceram 7,4% em relação a igual período do ano passado. Conforme Golfarb, enquanto os emplacamentos no varejo caíram 2,7 pontos percentuais na mesma comparação, na venda direta houve alta de 10,1 pontos percentuais.
“O varejo perdeu quase um milhão de unidades na crise, enquanto as vendas diretas se mantiveram estáveis”.
Caminhões
O segmento de caminhões, que acumula uma queda brutal nos últimos três anos, também trabalha com um aumento das vendas para o ano que vem. “Nós enxergamos um crescimento da ordem de dois dígitos para o mercado de caminhões em 2018”, afirmou o presidente da MAN Latin America (fabricante Volkswagen), Roberto Cortês.
Na visão dele, o segmento de caminhões está intimamente ligado ao Produto Interno Bruto (PIB). “Estimamos um crescimento alto do PIB em 2018, o que deve impulsionar as vendas de caminhões.”
Para este ano, a MAN projeta produção em torno de 26 mil unidades em Resende (RJ). Para 2018, Cortês acredita que o volume na planta pode atingir 32 mil unidades. “Tudo vai depender do crescimento principalmente no mercado doméstico e na Argentina”, destaca. (DCI/Juliana Estigarríbia)