Jornal do Carro
A Mercedes-Benz “sambou” no Brasil no mês de setembro. E não apenas no mercado de carros de luxo, no qual obteve um resultado avassalador. Suas vendas foram semelhantes às das três rivais juntas.
A marca também se destacou diante de montadoras mais generalistas, que vendem carros com preços a partir de R$ 50 mil. O Mercedes mais barato custa mais de R$ 100 mil. As principais vítimas? As marcas francesas.
Primeiramente, vamos analisar o mercado de carros de luxo. A Mercedes-Benz registrou 2.046 emplacamentos. Juntas, Audi, BMW e Land Rover somaram 2.126.
Foram emplacados 839 Audi, 809 BMW e 478 Land Rover.
O resultado impressionante da Mercedes-Benz é fruto das vendas avassaladoras do Classe C. No mês passado, carro já tinha liderado, com boa vantagem, o mercado de luxo. Desta vez, foi um verdadeiro baile.
O Classe C teve 1.331 unidades emplacadas. Seu rival direto, Série 3, registrou apenas 256, enquanto o A4 teve humildes 82 unidades vendidas. Até o A3 Sedan, menor e mais barato, ficou impotente diante do Mercedes (somou 248 exemplares vendidos).
Fazia alguns anos que os carros de luxo não ultrapassavam as mil unidades vendidas. Mais precisamente, desde 2015, quando as marcas se preparavam para a instalação de suas fábricas no Brasil.
Mas não foi só o “C” que fez bonito. O Classe A, que raramente frequenta a lista dos dez carros de luxo mais vendidos, também se deu muito bem.
O hatch compacto registrou, em setembro, 327 unidades emplacadas. Com isso, foi o segundo modelo mais vendido no mercado de carros de luxo.
Perspectivas
É difícil dizer se a Mercedes-Benz conseguirá repetir o avassalador resultado. Afinal, o que se nota não é uma renovação de produtos, e sim um resultado proveniente de estratégia de vendas.
Os carros que “bombaram” foram os bons e velhos modelos de sempre. Além do “A” e do “C”, a marca teve o GLA em destaque. O SUV, quinto mais vendido no mercado de luxo, teve mudanças recentes. Mas foram leves. Nada que o coloque muito acima da concorrência.
O Classe C, aliás, implora por uma mudança de geração, pois já está ficando bastante defasado. Sua sorte é que o principal rival, o igualmente montado no Brasil Série 3, também já passou do tempo. Ambos deverão ter novas gerações em breve.
No entanto, a Mercedes-Benz, que no ano passado ficou atrás de Audi e BMW, vem registrando um crescimento progressivo. Ela lidera o mercado de carros de luxo desde o primeiro mês de 2017.
Mantendo resultados tão importantes quanto este ou não, certamente sua liderança nesse segmento já está garantida. No acumulado de 2017, a marca já vendeu 9.940 carros.
A segunda colocada, Audi, registrou 7.170 emplacamentos. A liderança, portanto, está praticamente fora de alcance. A briga boa será pelo segundo lugar, já que a BMW tem 7.161 carros vendidos.
Francesas sofrem ameaça
O segundo panorama a ser analisado é a comparação da Mercedes com as marcas generalistas, que atuam em segmento de veículos mais baratos. Pela primeira vez no ano, a Mercedes deixou para trás a Citroën.
Aqui, no entanto, vamos considerar o ranking de automóveis e comerciais leves. A explicação é simples. No caso das marcas de luxo, consideramos apenas os automóveis, já que os comerciais leves da Mercedes são apenas vans – Vito e Sprinter. Esses modelos não são de luxo.
Já na comparação com as marcas mais generalistas, os comerciais leves entram. Afinal, estamos falando do mercado geral, não de um nicho.
Nesse caso, a Mercedes registrou, em setembro, 2.198 emplacamentos. A Citroën teve 1.647 unidades vendidas.
A Peugeot também foi aterrorizada pela marca. Sofreu forte ameaça. Isso porque teve 2.415 emplacamentos. A vantagem de 217 unidades não é nada confortável, principalmente quando se considera que o Peugeot mais em conta custa R$ 52 mil (trata-se do 208).
Mais desconfortável ainda é a situação da Mitsubishi. A marca japonesa vendeu apenas 22 unidades a mais que a Mercedes. Quase um empate técnico.
A presença no “top 10”, no entanto, está fora de cogitação. Isso porque a 10ª colocada é a Jeep, que vendeu 7.198 carros em setembro. (Jornal do Carro)