Será que preciso saber a temperatura do óleo de câmbio?

Jornal do Carro

 

Você sabe qual a temperatura do óleo da transmissão quando está rodando na marginal, durante o inverno? Eu lhe digo: em torno de 92°C. E a tensão da bateria? Aí vai a informação: varia de 13 a 14,5 Volts, dependendo das condições do momento (faróis ligados, som alto, etc.).

 

E qual o valor dessas informações? Quase nada. Servem como curiosidade, e são oferecidas ao motorista do Jeep Renegade, um dos veículos que vêm com painel bem completo, ao menos na versão Limited.

 

Acabo de dirigir o carro e fui explorando as informações que apareciam no display digital, entre o velocímetro e o conta-giros. Coisa de nerd automotivo.

 

Depois de ver como estavam as temperaturas dos lubrificantes do motor, do câmbio e da água, cheguei à conclusão de que esses dados serviriam no máximo como combustível para mesa de bar:

 

O fato é que os painéis têm ficado mais simples ao longo dos tempos. Antigamente, voltímetro era comum, e motorista era quase um maquinista. Precisava ficar atento a várias informações, porque a qualquer momento a máquina poderia apresentar falha e o condutor teria de intervir. Com o tempo (e a tecnologia), o carro evoluiu, ficou mais confiável e “aprendeu” a fazer diagnóstico sozinho.

 

Lembro-me que era muito comum motoristas levarem uma caixa de ferramentas no porta-malas, além de velas de ignição, platinado, etc.

 

Hoje os carros estão mais independentes. E, com isso, há muito tempo a figura do motorista-mecânico tornou-se dispensável. Pela mesma razão, aquele monte de “reloginhos” do painel foi desaparecendo.

 

Particularmente, gosto de acompanhar as informações dos mostradores, mas acho que já faço parte de uma minoria.

 

Muitos fabricantes já aboliram até mesmo o ponteiro que indica a temperatura de água do motor, para desespero de quem cresceu acostumado com a presença do fiel companheiro ali no painel. Ele perdeu emprego para uma simples luz no painel, que apaga quando está tudo em ordem e só acende se algo estiver errado.

 

São outros tempos. Muito diferente do que ocorria antigamente, quando motorista era chamado de “chofer”. E sabem por quê? Porque naquele tempo dirigir era apenas parte de suas atribuições. Antes de assumir o volante, era necessário esquentar os caninhos para fazer o motor pegar. Daí o termo “chaud fer”, em francês, que significa ferro quente. (Jornal do Carro)