O Estado de S. Paulo
Uma resolução aprovada ontem, terça-feira 23, pelos deputados estaduais paulistas elimina o terceiro dígito de centavo do preço dos combustíveis vendidos nos postos em todo o Estado de São Paulo.
Agora, se o Projeto de Lei (PL) for sancionado pelo governador Geraldo Alckmin, os preços da gasolina, comum e aditivada, do etanol e do diesel deverão ser calculados com dois dígitos de centavos.
Na prática, isso traria uma economia de até R$ 300 milhões, tomando como base, por exemplo, os 30 bilhões de litros de combustíveis comercializados em São Paulo no ano de 2016, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP)
Entenda. Por exemplo, o litro da gasolina que era vendido a R$4,179 em determinado posto, com a nova lei passaria a ser comercializado por R$ 4,17 ou R$4,18. Se o comerciante optar por arredondar para R$ 4,17, 50 litros passam a custar R$208,50 e não mais R$208,95.
Autor do PL 460/2016, o deputado estadual Ricardo Madalena acredita que a medida tornará a política de preços mais transparente. “Essa é uma estratégia que induz o consumidor a comprar o falso barato. É uma ilusão.” De acordo com o deputado, a extinção do terceiro dígito não será refletida em preços mais altos. “O proprietário vai continuar tentando conquistar o motorista, não arredondará o preço para cima”, acredita ele.
A proposta do deputado Madalena representa um movimento que já começa a se espalhar pelo País. Desde maio de 2016, os postos de gasolina no Estado do Paraná não podem comercializar combustíveis com o terceiro dígito de centavo.
Em julho deste ano, os vereadores de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, também aprovaram em primeiro turno os preços em apenas dois dígitos de centavo. A medida, agora, aguarda votação em segundo turno.
A reportagem não conseguiu contato com o Sincopetro, sindicato que representa os donos dos postos de gasolina. (O Estado de S. Paulo/Raquel Brandão)