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A Movida deve manter o foco em investimentos de marketing para fomentar as vendas de veículos seminovos no segundo semestre, que devem avançar sobre o volume comercializado na primeira metade deste ano, afirmou o diretor financeiro da companhia de aluguel de veículos, Edmar Lopes Neto.
A companhia terminou o segundo trimestre com alta de 45,5% nas despesas administrativas do segmento de seminovos ante mesmo período do ano passado, para 35 milhões de reais, impactada pela expansão no número de pontos de venda, que no período passou de 43 para 60.
“Cumprimos o desafio da venda em quantidade…Agora precisamos dos investimentos em marketing para conseguirmos vender mais para o consumidor final”, disse Lopes. “Vamos vender um pouco mais de carros no segundo semestre, sim, por motivos sazonais e também por causa da economia e do movimento de frota que fizemos (no final do segundo trimestre”, acrescentou.
O comentário vai na mesma direção de previsões de aumento de vendas de seminovos no segundo semestre feitos pela rival maior Localiza no final de julho.
A Movida intensificou ações de marketing no segundo trimestre na operação de seminovos, promovendo feirões e ofertas promocionais para atrair clientes. Como resultado, a relação de despesas administrativas sobre receita líquida de seminovos subiu de 8,5% para 10,1% do primeiro para o segundo trimestre.
A Movida vendeu no segundo trimestre 9.471 carros, alta de 5,6% sobre o volume vendido um ano antes, mas queda de 10,1% sobre os três primeiros meses do ano. Enquanto isso, as compras somaram 17.263 veículos, alta de 65% sobre o volume adquirido no segundo trimestre do ano passado.
Segundo Lopes a fraqueza do mercado interno de veículos no Brasil ainda deve persistir por mais alguns anos, o que apoia as negociações da companhia com as montadoras de veículos. “Os índices estão apontando um mercado interno ainda muito tímido… Ainda há vários anos para que a indústria volte a ocupar níveis importantes de sua capacidade instalada”, afirmou o executivo.
A Movida teve lucro líquido de 11,1 milhões de reais no segundo trimestre, quase o dobro do obtido no mesmo período de 2016. O Ebitda subiu 12,3%, para 71,5 milhões de reais.
A Movida terminou junho com caixa de 586,5 milhões de reais e no início de julho aprovou uma primeira emissão de debêntures de até 400 milhões de reais.
Lopes disse que a queda dos juros da economia tem ajudado a companhia, que é intensiva em capital. “Estamos iniciando processo de alongamento de dívida aproveitando a liquidez do mercado. Estamos trocando dívida mais cara de antes do IPO (feito em fevereiro) por dívida mais barata”, disse o executivo.
Questionado se a empresa se prepara para novas emissões adiante, Lopes comentou que a Movida “ficou satisfeita com o resultado da emissão das debêntures”, mas “se o mercado apresentar novas oportunidades vamos avaliar”. (Reuters)