A indústria tem mais confiança no futuro

O Estado de S. Paulo

 

Pouco mais de 3 mil empresas do setor industrial ouvidas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostraram-se moderadamente confiantes com relação às expectativas para a economia brasileira e para seus próprios negócios, mostrou o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), divulgado pela instituição. O indicador revelou razoável estabilidade entre fevereiro e maio, oscilando em patamares próximos dos 54 pontos, que representam a média histórica do Icei.

 

Em maio, o Icei registrou 53,7 pontos, acima dos 50 pontos que separam os campos positivo e negativo, superando em 0,6 ponto o indicador de abril e em 12,5 pontos o número de maio de 2016.

 

O levantamento foi feito em período anterior ao da crise política que eclodiu há alguns dias e provocou fortes oscilações nos mercados de câmbio e de ações, bem como no humor do empresariado.

 

A pesquisa constatou que “os empresários estão certamente mais confiantes com relação ao ano passado, mas para uma recuperação do investimento suficiente para impulsionar a economia ainda é necessário um crescimento mais significativo do Icei”. Em alguns setores, isso já ocorre.

 

O Icei superior a 55 pontos – acima, portanto, da média histórica – já era observado nos segmentos de farmoquímicos e farmacêuticos, indústria extrativa, manutenção e reparação, alimentos, veículos automotores, biocombustíveis e máquinas, aparelhos e materiais elétricos. Já entre os setores industriais com piores expectativas destacavam-se impressão e reprodução de gravações, outros equipamentos de transporte (como motocicletas), serviços especializados para a construção, minerais não metálicos e coque e derivados de petróleo.

 

Uma característica presente em levantamentos feitos por entidades como a Fundação Getúlio Vargas e a FecomercioSP também aparece no Icei: as expectativas para os próximos seis meses tendem a ser mais positivas do que a avaliação das condições atuais. Quanto ao estado da economia, por exemplo, as condições atuais mereciam 45 pontos, enquanto as expectativas registravam 57,4 pontos.

 

Pelo critério do porte, as grandes empresas são as mais otimistas; e, por segmento, isso ocorre com indústrias extrativas. Neste caso, é sinal de que se espera mais vigor do mercado global do que do mercado interno. (O Estado de S. Paulo)