Financiamento de veículos cai 9,9% em 2016, aponta Anef

Frota & Cia

 

O financiamento de veículos novos registrou o seu mais fraco desempenho no ano passado. O total de recursos liberados foi R$ 80,2 bilhões, o que representa uma queda de 9,9% em doze meses. De acordo com levantamento da Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras de Montadoras), até então o menor volume era de R$ 88,9 bilhões, alcançado em 2015.

 

“O fraco desempenho da economia impactou fortemente na concessão de crédito ao consumidor. Ao mesmo tempo em que os bancos, em razão do aumento dos riscos, foram mais rigorosos, muitos consumidores optaram por adiar suas compras com medo de não quitar sua dívida. O ano de 2016 foi de muita cautela, tanto por parte das pessoas, como por parte das instituições financeiras”, avalia o presidente da entidade, Gilson Carvalho.

 

Para o executivo, 2017 deverá ser um pouco melhor. A expectativa é de que o saldo de financiamentos para a compra de veículos registre um pequeno aumento de 2,5% e alcance a marca de R$ 166,7 bilhões. Já o total de recursos liberados poderá crescer um pouco mais e somar R$ 86,7 bilhões, o que representa uma alta de 5,5%.

 

Em 2016, a taxa de inadimplência nas operações de financiamento registrou aumento de 0,4% tanto para pessoas físicas como para jurídicas.

 

O financiamento mantém a preferência do consumidor na hora de fechar a compra de um zero quilômetro. No ano passado, 49% dos negócios envolveram operações de CDC. As compras à vista registraram o melhor resultado desde 2008 e corresponderam por 44% das vendas efetuadas em 2016. O consórcio respondeu por 5% dos contratos e o leasing, por 2%.

 

No segmento dos veículos pesados, o Finame foi responsável por 62% das negociações, seguido pelo CDC (17%), compras à vista (14%), consórcio (5%) e leasing (2%). “Em veículos comerciais o financiamento via Finame sofreu retração de 4% em relação ao mesmo período de 2015. Isso pode ser atribuído à migração para modalidades de financiamento, como o consórcio e o CDC, e também para as vendas à vista”, afirma o vice-presidente setorial de veículos comerciais da Anef, Bernd Barth.

 

O executivo diz ainda que um dos prováveis fatores para essa mudança pode ser atribuído às condições pós-fixadas do Finame, que não se mostraram tão atrativas em relação às demais modalidades pré-fixadas. (Frota & Cia)