Com mais capricho, Captur poderia ser grande arma da Renault no Brasil

UOL Carros

 

A expectativa em cima do lançamento do Renault Captur no Brasil era grande até sua primeira aparição, no Salão do Automóvel de São Paulo, em novembro do ano passado. À época, a equipe de UOL Carros se decepcionou com o acabamento do suvinho, mesmo sabendo que a base de construção era a mesma de Duster e Sandero.

 

Esta semana, durante a divulgação dos preços e de sua estreia oficial, que marcou a chegada às lojas, veio o segundo baque: com exceção do novo motor 1.6 SCe, lançado recentemente por Logan e Sandero, todos os outros componentes de powertrain (motor e câmbio) não mostraram novidade. São exatamente os mesmos dos outros carros já conhecidos da marca.

 

UOL Carros rodou cerca de 120 quilômetros com uma unidade do Captur de entrada, chamada de Zen, equipada com motor 1.6 e câmbio manual. Ele mostrou ter fôlego suficiente para a cidade, mesmo que o câmbio de cinco marchas acabe com seu pique – e jogue o consumo lá embaixo: com ar-condicionado ligado e etanol no tanque, o registro no computador de bordo variou entre 5,6 e 6,2 km/l.

 

A carroceria tomba um pouco mais que o normal em curva, mais que modelos como HR-V e Creta, mas nada que comprometa a segurança. A Renault fez questão de demonstrar em local fechado manobras de um Captur com ESP (controle de estabilidade) desativado, para provar a importância do equipamento, de série no modelo.

 

Por dentro, o espaço é praticamente idêntico ao do Duster, mas os bancos mais espessos fazem o Captur parecer menor, embora mais aconchegante. O espaço é bom para quatro pessoas e o porta-malas é um dos maiores da categoria: 437 litros.

 

O sistema multimídia Media Nav, com câmera de ré integrada (opcional de R$ 1.990 no 1.6) é o mesmo conhecido dos outros modelos da marca. Bastante intuitivo e fácil de mexer (ele é tátil e tem apenas três botões na parte de cima), é tão prático que valeria até ser incorporado ao pacote de série com acréscimo de preço.

 

Zen

 

Mesmo com os estes detalhes que jogam contra, o Captur deve fazer sucesso no Brasil: seu rodar é suave, o design é atraente e a posição de dirigir mais altinha agrada o típico cliente dessa categoria.

 

Com um pouco mais de cuidado no acabamento e investimento em trens-de-força mais modernos, o Captur seria sensivelmente mais interessante.

 

Hoje ele custa praticamente R$ 10 mil a menos que seus concorrentes: restaria à Renault fazer a conta para saber como diluir o valor do investimento em novos motores e peças de maior qualidade para o acabamento sem aumentar tanto o preço do carro a ponto de nivelá-lo aos rivais. Tarefa complicada que precisa de… capricho. (UOL Carros/André Deliberato)