Ex-presidente do conselho da Volkswagen se recusa a testemunhar em investigação alemã sobre emissões

Reuters

 

O ex-presidente do conselho da Volkswagen, Ferdinand Piech, que pediu demissão após um confronto com o ex-presidente-executivo Martin Winterkorn, recusou-se a testemunhar aos promotores alemães que estão investigando um possível papel do governo no escândalo de emissões da VW, de acordo com seu advogado.

 

Piech, que também é o ex-presidente-executivo da VW e liderou a expansão global da montadora, prestou depoimento a advogados do escritório de advocacia norte-americano Jones Day em abril e a promotores alemães em Braunschweig, perto da sede da VW em Wolfsburg em dezembro, disse seu advogado.

 

“Estes comentários foram solidamente direcionados aos que fizeram o interrogatório do (escritório) Jones Day e aos promotores, respectivamente. Eles não foram direcionados à imprensa”, disse o advogado de Piech, Gerhard Strate, em declaração enviada por e-mail.

 

O advogado afirmou que Piech não tem intenção “de comentar em público o que está sendo questionado como o suposto conteúdo do interrogatório”.

 

Uma reportagem feita pela imprensa alemã esta semana informou que Piech teria relatado a altos diretores da VW sobre uma potencial irregularidade com testes de emissão de diesel nos Estados Unidos seis meses antes de o escândalo ter vindo à tona, em setembro de 2015.

 

Piech não comentou a reportagem, feita pelo Bild am Sonntag.

 

Os oito membros do comitê interpartidário questionarão Weil e o Ministro dos Transportes alemão, Alexander Dobrindt, sobre o escândalo na quinta-feira.

 

O painel foi criado em abril para esclarecer se o governo federal alemão e seus reguladores estavam envolvidos na manipulação de emissões feita pela VW ou se fracassaram em contribuir para seu descobrimento. (Reuters)