Reuters
A Nissan informou nesta quinta-feira que a valorização do iene deve ter impacto anual menor que o esperado em seu desempenho, uma vez que a moeda está se estabilizando, e disse que estará pronta para lidar com quaisquer mudanças na política comercial dos Estados Unidos.
A segunda maior montadora do Japão pode ser afetada se o presidente norte-americano, Donald Trump, elevar as tarifas para importação de veículos produzidos no México, onde produz mais de 800 mil carros anualmente.
A Nissan exporta quase metade da produção mexicana para os Estados Unidos, um importante mercado no qual também possui fábricas.
Montadoras globais estão sob pressão, com Trump chegando a criticar a também japonesa Toyota e outras fabricantes por não produzirem mais automóveis em solo norte-americano.
As exportações japonesas de carros devem ser prioridade na agenda quando o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, se reunir com Trump em Washington na sexta-feira.
“Deve haver mudanças na política comercial dos Estados Unidos e essas podem ter muitas vantagens e desvantagens para nós”, disse o vice-presidente da Nissan, Joji Tagawa, a repórteres em teleconferência sobre os resultados. “Lidaremos com eles quando surgirem”.
A Nissan, que tem uma parceria de 18 anos com a francesa Renault, reportou lucro operacional mais fraco que o esperado, de 163,5 bilhões de ienes (1,46 bilhão de dólares) no terceiro trimestre fiscal, pressionada por maiores despesas com marketing e pela apreciação do iene.
As vendas de veículos aumentaram na América do Norte, seu principal mercado, mas o lucro operacional da região despencou 72% no terceiro trimestre ante igual período do ano anterior, à medida que a montadora aumentou os incentivos para vender mais carros nos EUA, onde a competição é acirrada.
Em geral, o lucro caiu na base anual apesar da melhora nas vendas domésticas, como resultado da forte demanda pelos modelos mais novos do novo compacto hatchback e da van Serena, lançados no ano passado.
A Nissan manteve a previsão de que o dólar deva operar, em média, em torno de 105 ienes no ano fiscal que se encerra em março, mas cortou as projeções para lucro líquido anual e lucro operacional. (Reuters/Naomi Tajitsu)