Volkswagen cortará investimentos da Audi

Jornal do Carro

 

A Audi deverá passar por importantes mudanças nos próximos anos para conter gastos. O Grupo Volkswagen, do qual faz parte a montadora, irá enxugar as contas para cobrir o rombo financeiro causado pelo escândalo de fraude aos testes de emissões de poluentes e vai cortar os investimentos em tecnologias próprias da Audi.

 

O objetivo é reduzir em 10% dos custos em um ano e aumentar a eficiência das fábricas em ao menos 5%. Para isso, a Audi vai acabar com os turnos noturnos e de fins de semana em suas plantas, assim como reduzir a produção dos modelos baseados na plataforma MLB – usada em A4 e A5, por exemplo.

 

Segundo o presidente da Audi, Rupert Stadler, todos os futuros planos da marca estão congelados. Isso significa, por exemplo, que os trabalhos para criação de um novo centro de testes de impacto e a construção de um túnel de vento podem não sair do papel tão cedo. A marca também pode abandonar gradativamente o uso da plataforma MLB, que dá base também a A6, A7 e A8, além da arquitetura de motor central usada pelo R8 – cuja geração atual pode não ter substituta.

 

O problema da MLB é que ela demanda alterações em motores e câmbios produzidos pela Volkswagen para instalação em posição longitudinal, ante a transversal dos modelos feitos pela marca principal. Isso faz com que mesmo volumes expressivos de vendas dessas gamas de automóveis não representem um lucro palpável.

 

Com isso, as futuras gerações de A4 e A5 poderão migrar para a plataforma MQB, em versão alongada, como a usada pelo VW Passat. Os futuros A6 e A7 podem até mesmo ganhar a base MSB, usada pelo Porsche Panamera. Assim, é possível que eles tenham tração integral ou traseira, se assemelhando aos modelos equivalentes de BMW e Mercedes-Benz.

 

A Audi também não irá mais investir mais na criação de um campus de inovação tecnológica e científica que seria formado por um conjunto de prédios no complexo da marca em Ingolstadt, na Alemanha. (Jornal do Carro)