Presidente da GM do Brasil vai assumir área global de veículos compartilhados

O Estado de S. Paulo

 

O executivo colombiano Santiago Chamorro está deixando a presidência da General Motors no Brasil depois de três anos à frente das operações para assumir a área global de experiência do consumidor, responsável pelos novos usos para os automóveis. Entre os segmentos que Chamorro vai comandar estão a estratégia de carros autônomos, o serviço de veículos compartilhados e a parceria da GM com o app de caronas Lyft.

 

Citando a presidente global da marca, Mary Barra, Chamorro afirma que os novos modelos de uso de automóveis – em que parte dos consumidores deixará de ser proprietária de um veículo para pagar por seu uso – deverá trazer mais mudanças ao setor automotivo nos próximos cinco anos do que nas últimas cinco décadas. “O que percebemos é que a adoção dessas novas formas de uso está sendo muito rápida, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil”, disse o executivo nesta segunda-feira (29), em entrevista ao Estado.

 

Chamorro, que será substituído no Brasil por Carlos Zarlenga (ex-diretor financeiro da GM para a América do Sul) a partir da próxima quinta-feira, afirma que os testes feitos com a plataforma Maven – que permite o aluguel de carros da montadora – foram muito bem aceitos no Brasil. O projeto piloto de aluguel de frota, que começou na fábrica da marca em São Caetano do Sul (SP), já foi expandido para as demais unidades GM no Brasil e agora passará a ser adotado em condomínios e cidades (o piloto será em São Caetano).

 

Em São Caetano do Sul, a experiência na fábrica mostrou que o veículo compartilhado tem um período de uso muito maior do que os de propriedade particular. “Conseguimos aumentar para 30% o tempo de uso dos carros, consideradas as 24 horas do dia”, explicou Chamorro. “A porcentagem de uso de um veículo de uma família varia de 5% a 7%. No restante do tempo, o automóvel fica parado na garagem de casa ou do trabalho.”

 

Recuperação

 

Quanto ao mercado brasileiro, o executivo disse que espera uma recuperação mais consistente assim que as reformas estruturais – trabalhista, previdenciária e tributária, por exemplo – começarem a sair do papel. De qualquer forma, a GM já trabalha com um mercado de 2,4 milhões de veículos para 2017, contra 2,15 milhões para este ano. “Acho que passamos o fundo do poço, em maio e junho. Julho já melhorou um pouco e agosto está indo conforme o planejado”. (O Estado de S. Paulo/Fernando Scheller)