O Estado de S. Paulo
Para combater o desemprego, o governo pretende retomar a ideia das câmaras setoriais que, nos anos 1990, ajudaram a combater os efeitos da crise mediante compromissos assumidos por empresários, trabalhadores e governo. A ideia foi apresentada ontem, 27, ao ministro chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, por representantes da Força Sindical.
As seis maiores centrais do País vão se reunir na próxima quartafeira, 29, para fechar um cronograma de paralisações nas cidades mais afetadas pela perda de emprego, como Santos (SP), Sertãozinho (SP), São Bernardo do Campo (SP), Volta Redonda (RJ) e Rio Grande (RS). As entidades querem, entre outras medidas, a retomada das câmaras setoriais do setor automobilístico e da construção civil, inclusive a construção pesada.
Padilha disse que o governo vai reativar o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), conhecido como “Conselhão”, e as câmaras setoriais são parte dele.
Segundo o deputado federal e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, há grande preocupação com a indústria automotiva por causa do fim do Programa de Proteção ao Emprego (PPE), criado no governo da presidente afastada Dilma Rousseff. O programa previa a redução da jornada, com o governo bancando parte dos salários.
“Com o fim do PPE, teremos 20.000 demissões diretas nos próximos três meses, se nada for feito”, disse o sindicalista. Cada emprego na montadora representa outros 19 na cadeia produtiva, o que eleva a conta a 380.000. (O Estado de S. Paulo/Lu Aiko Otta)