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O inverno começou nesta segunda, dia 20. Embora sejam cada vez mais raros, em razão das novas tecnologias de motores que equipam certos veículos desde 2012, problemas de partida nos dias frios ainda atingem boa parte da frota brasileira.
Motores abastecidos frequentemente com álcool – combustível que no bolso mais tem valido a pena nas últimas semanas – são os mais vulneráveis às estações frias do ano, sobretudo se a manutenção não estiver em dia.
Sem a famosa figura do afogador, que acelerava o motor para o carro “esquentar” nos anos 1980, os veículos podem falhar e até deixar o motorista na mão. Segundo Hiromori Mori, consultor de assistência técnica da fabricante de velas NGK, a falha geralmente ocorre pela falta de manutenção do reservatório para gasolina, o famoso “tanquinho”.
Velas e cabos de ignição desgastados também contribuem para o mau desempenho do motor em dias frios, principalmente após um longo período desligado. “A vela de ignição sofre um desgaste natural, pois trabalha sob condições severas, como pressão e altas temperaturas”, explica Mori.
“Nossa recomendação é fazer a revisão da peça a cada 10 mil quilômetros ou anualmente, o que ocorrer primeiro.” Segundo ele, além de falhas de partida, o componente em más condições também causa aumento no consumo de combustível e nos níveis de emissões.
Responsáveis por conduzir a alta tensão produzida pela bobina até as velas, os cabos de ignição também são esquecidos com frequência pelo motorista nas revisões. Para o especialista, uma dica é pedir que o mecânico cheque a peça quando for revisar as velas.
Rodar ao trocar
Outra recomendação do técnico da NGK para veículos flex é percorrer cerca de 15 quilômetros antes de deixar o carro com o motor desligado por um longo período, sempre que houver a mudança da gasolina pelo álcool. Segundo ele, isso é necessário para que o sistema de controle do motor reconheça o novo combustível no tanque e reprograme a estratégia de funcionamento.
Em casos de falha ao dar a partida, insistir para ligar o motor é pior. Isso porque pode haver o encharcamento das velas. A recomendação é desligar o veículo e aguardar até que o combustível evapore por completo, o que pode levar até 30 minutos, dependendo do carro.
Mais um cuidado que se deve tomar é com o óleo, ficando sempre atento aos períodos de troca. “No inverno, há um aumento na viscosidade do óleo, que fica mais denso e, consequentemente, gera maior atrito entre as partes móveis do motor”, explica Allan Maurici, responsável por testes na área de laboratório experimental da ZEN, fabricante de impulsores de partida.
Além de se preocupar com a substituição do lubrificante, é importante se lembrar de checar os parafusos de fixação do motor de partida e também a parte elétrica relacionada a ele, bem como a bateria do carro, que deve estar em boas condições, visto que, sem energia, o impulsor pode não funcionar corretamente.
Outra dica é solicitar ao mecânico que verifique o indicador de carga, além de checar se os cabos elétricos estão bem conectados. “Vale destacar que é preciso também ficar atento aos ruídos anormais durante a partida, ao funcionamento de todas as luzes de alerta no painel e no correto funcionamento dos sistemas de som e ar-condicionado. (Carpress)