Mobi Way chega para tentar animar vendas

Jornal do Carro

 

Após um mês e meio de lançamento e um começo de vendas abaixo das expectativas (2.407 unidades no mês passado), o subcompacto Mobi foi lançado com a missão de tentar melhorar o desempenho comercial do carro.

 

A Fiat lançou agora a versão aventureira Way, a mais cara da linha. Custa a partir de R$ 39.300, ou R$ 43.800 na Way On. Apesar do preço elevado (e de não oferecer nem rodas de liga leve de série, no modelo mais barato), a montadora espera que a nova versão represente cerca de 40% da gama Mobi.

 

De acordo com o diretor Carlos Eugênio Dutra, o Mobi Way deverá estar nas autorizadas neste final de semana. Com ele, o executivo estima que gradualmente as vendas do subcompacto alcancem 4 mil unidades nos próximos meses.

 

Versões aventureiras normalmente são bem recebidas pelo público, e a Way traz mudanças visuais como rack no teto, molduras nas caixas de rodas, para-choques redesenhados e identificação na base da tampa traseira de vidro. Além disso, a suspensão foi elevada em 15 milímetros, e a dianteira ganhou barra estabilizadora. O componente tem a função de compensar o aumento de inclinação lateral em curvas, motivado pela elevação da carroceria.

 

Internamente, há nova padronagem de bancos, e, na Mobi Way On, console no teto (com porta-óculos e retrovisor embutido), além de painel com detalhes em preto brilhante.

 

Ao contrário de outros modelos aventureiros da própria Fiat, que trazem pneus diferentes das versões normais, o Mobi Way vem equipado com pneus 175/65 R14 idênticos aos do Mobi Easy e Like (as outras duas versões do modelo). A razão, de acordo com Carlos Eugênio Dutra, é que, no momento da troca de pneus, o dono do carro tende a comprar modelos normais, que são mais baratos que os de uso misto.

 

Durante o test-drive, que incluiu asfalto de boa qualidade, pavimentação ruim e estradas de terra, o Mobi mostrou qualidades e defeitos. A suspensão macia e mais alta absorve bem as irregularidades do solo, e o carro mostrou bom comportamento na terra. De acordo com o diretor de engenharia da Fiat, Claudio Demaria, o curso de suspensão foi elevado em 10 mm. Com isso, reduz-se a possibilidade de solavancos em caminhos ruins, por deixá-lo mais macio.

 

O motor, no entanto, continua a ser o 1.0 Fire de quatro cilindros, que gera 75 cavalos com etanol e 73 cv com gasolina. Como o torque é contido (9,9 mkgf com etanol), basta aparecer um leve aclive pela frente para o carro de 940 quilos perder ímpeto. Os ponteiros de conta-giros e velocímetro caem abruptamente, o que exige reduções de marcha constantes. E isso porque o teste foi feito apenas com motorista. Se estiver com mais gente e carga, é certo que o sofrimento do motor será maior. O propulsor de três cilindros, que poderia colocar o Mobi em pé de igualdade com o VW Up!, por exemplo, ainda não tem data para chegar.

 

Falando em mais pessoas e carga, chegamos a outra deficiência do Mobi: o espaço no banco traseiro é bem restrito. As portas de trás têm bom ângulo de abertura (superior a 70 graus), mas o problema não está no acesso ao carro, e sim na acomodação. Caso o motorista seja alto, vai ser difícil alguém conseguir espaço atrás dele sem raspar os joelhos no encosto do banco. Além disso, o porta-malas (215 litros) é muito pequeno, o que faz do subcompacto um carro urbano, apenas.

 

A direção hidráulica é menos precisa que a elétrica de seu concorrente direto, o VW Up!. Quanto ao câmbio, é comum o motorista raspar a mão na parte inferior do painel, onde ficam os controles do ar-condicionado.

 

O acabamento é razoável. O uso de materiais plásticos com desenhos diferentes no painel disfarça a simplicidade. O banco do motorista tem regulagem de altura, assim como a coluna de direção. As aletas de saída de ar transmitem sensação de fragilidade, porque são muito maleáveis. Além disso, as saídas centrais são retangulares, e não têm muita harmonia com as laterais, circulares.

 

Uma das maiores sacadas do modelo – que é a transformação do smartphone do usuário em sistema multimídia – teve sua chegada adiada para o mês que vem. O dispositivo estava prometido para este mês, mas, de acordo com Carlos Eugênio Dutra, houve alguns problemas (“bugs”) com a adaptação do sitema iOS (da Apple).

 

Principais itens de série e opcionais:

 

Mobi Way

 

Série: ar-condicionado, direção hidráulica, chave canivete e computador de bordo.

 

Opcional: sistema de som com comandos no volante, Bluetooth e entradas USB e auxiliar.

 

Mobi Way On

 

Série: rodas de liga leve aro 14, console no teto, retrovisores elétricos, som com comandos no volante, Bluetooth e entradas USB e auxiliar, rodas de liga leve e sensor de obstáculos (não há opcionais). (Jornal do Carro/Rafaela Borges)